Por Antônio Sá, cofundador da Amicci.
O mercado de marcas próprias no Brasil está passando por uma profunda mudança, além de um crescimento bastante acelerado, expandindo a presença além dos supermercados e ganhando força em setores como farmácias, beleza, pet shops e materiais de construção. Varejistas, distribuidores, atacadistas e atacarejos estão percebendo a importância de desenvolver suas próprias marcas, impulsionando o mercado a novos patamares.
Segundo dados da America Retail, as cinco principais redes farmacêuticas do país viram seu faturamento com marcas próprias crescer 59% nos últimos 12 meses.
Além disso, uma pesquisa da Nielsen mostrou que produtos de marcas próprias estão presentes em 34% dos lares brasileiros. Esse crescimento é influenciado por fatores como a busca por produtos de qualidade a preços acessíveis, maior competitividade no varejo e melhoria da capacidade produtiva das indústrias.
Para que o mercado brasileiro de marcas próprias se torne ainda mais representativo, é fundamental que as empresas invistam continuamente em qualidade e tratem essas marcas como estratégia central do negócio.
Em muitos países, elas deixaram de ser vistas como opções inferiores, graças a essas ações, o que elevou sua participação de mercado e aumentou a confiança dos consumidores. Para alcançar esse nível de reconhecimento no Brasil, é preciso continuar investindo em inovação e implementar sistemas de controle de qualidade estruturados.
No Brasil, diversas companhias já se destacam pela qualidade e confiabilidade de suas marcas próprias. No setor de supermercados, o Carrefour, o Grupo Pão de Açúcar e o Cencosud são alguns exemplos. Na área farmacêutica, a Panvel, RaiaDrogasil e a Drogaria São Paulo também são reconhecidas pelos seus produtos.
Já no segmento de esportes, a Decathlon é uma referência, com grande diversidade de produtos desenvolvidos internamente. Essas empresas têm consolidado suas marcas focando em qualidade, inovação e satisfação do cliente, garantindo um diferencial competitivo no mercado.
Além disso, a estratégia de marca própria representa uma excelente oportunidade para a indústria de inovar, aproveitando sua infraestrutura e mão de obra existentes. Nesse modelo, as fábricas vendem sua produtividade para lojas e redes de varejo que desenvolvem marcas exclusivas e terceirizam a fabricação de seus produtos.
Para os fabricantes, essa estratégia não só promove crescimento e diminui a ociosidade produtiva, mas também permite uma relação direta com as lojas, aumentando a percepção acerca das necessidades e tendências dos consumidores através da transparência de dados. Isso fortalece a competitividade e alinha a produção com as demandas do mercado.
Em resumo, o crescimento das marcas próprias na indústria brasileira representa uma oportunidade estratégica, tanto para o varejo quanto para a indústria. Ao focar em qualidade, inovação e no atendimento às necessidades dos consumidores, as marcas próprias podem alcançar novos patamares de sucesso, contribuindo para um mercado mais competitivo e diversificado.
