Por Amure Pinho, investidor-anjo em mais de 50 startups e fundador do Investidores.vc.
Nos últimos anos, o setor de saúde e bem-estar tem passado por uma transformação significativa, motivada pelo crescimento de startups que estão inovando e oferecendo soluções mais acessíveis, personalizadas e tecnológicas. Sem contar que o envelhecimento da população global, a demanda por serviços de saúde mais eficientes e acessíveis e o aumento da conscientização sobre a importância do bem-estar são também alguns dos fatores que impulsionam essa mudança.
Revolucionando a forma como abordamos o cuidado com a saúde, as startups estão indo além dos modelos tradicionais e oferecendo novos caminhos para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Segundo estudo da Liga Ventures, rede de inovação aberta da América Latina, em conjunto com a Unimed Fesp, foram mapeadas 536 healthtechs que estão ativas e utilizam diferentes tecnologias com o objetivo de transformar o setor de saúde e entregar melhores soluções e produtos para a população. Entre elas, 89 startups participantes aplicam inteligência artificial em suas soluções com diversos objetivos, como analisar e processar imagens, personalizar tratamentos, realizar pesquisas, entre outros.
Além disso, a pesquisa ainda mostra que em relação aos investimentos no setor, foram realizados 83 deals entre janeiro de 2023 e abril de 2024, que movimentaram cerca de R$1 bilhão. Visto todo seu crescimento, podemos dizer que a tecnologia está no centro do crescimento das startups de saúde e bem-estar.
Com o avanço da inteligência artificial (IA), big data, telemedicina, e dispositivos vestíveis, essas empresas conseguem oferecer produtos e serviços que atendem de forma mais eficiente as necessidades dos pacientes e consumidores. O uso de IA para diagnósticos médicos, por exemplo, está transformando a forma como doenças são detectadas, permitindo um diagnóstico mais rápido e preciso. Além disso, startups estão desenvolvendo aplicativos que monitoram a saúde em tempo real, gerenciando desde os níveis de atividade física até a pressão arterial e os níveis de glicose no sangue.
Outro fator que impulsiona o crescimento do setor é a democratização do acesso aos cuidados. Em muitos países, especialmente em economias emergentes, o acesso a cuidados médicos de qualidade é limitado devido à falta de infraestrutura e altos custos. Então, a telemedicina surge como uma forma de conectar pacientes a médicos e especialistas em áreas remotas. Esse avanço permite que pessoas que antes estavam excluídas dos sistemas de saúde recebam o atendimento de que precisam sem a necessidade de deslocamentos longos e custosos.
E quando focadas em bem-estar, elas estão ganhando cada vez mais espaço ao oferecer serviços de terapia online, meditação guiada, e outras formas de apoio emocional. Com o aumento das taxas de depressão, ansiedade e outros problemas de saúde mental em todo o mundo, essas startups estão preenchendo uma lacuna crítica no cuidado à saúde mental.
Ao democratizar o acesso aos cuidados, personalizar os serviços e utilizar a tecnologia para oferecer soluções mais eficientes e preventivas, essas startups estão criando um futuro em que a saúde é mais acessível, eficaz e integrada ao cotidiano das pessoas. Embora ainda existam desafios a serem superados, a inovação trazida por essas empresas promete transformar a saúde e o bem-estar de forma duradoura e positiva.
