Por João Roncati, diretor da People + Strategy.
Atualmente, as empresas enfrentam uma série de desafios como a diversidade geracional no local de trabalho, o trabalho remoto e a crescente preocupação com a saúde mental. Inclusive, de acordo com o relatório “Tendências de Gestão de Pessoas”, do Ecossistema Great People & GPTW, revela que 51,6% dos profissionais enfrentam desafios ao conciliar as diferentes gerações e suas expectativas no ambiente corporativo.
Já quando o assunto é o fim do home office, uma pesquisa da Offerwise descobriu que 43% dos entrevistados afirmam que deixariam o emprego atual caso tivessem que ir ao escritório todos os dias.
Questões como essas exigem uma abordagem inovadora, como a liderança servidora. Baseada na ideia de que o verdadeiro líder é aquele que serve, em vez de se posicionar como o topo da hierarquia, o líder servidor coloca as necessidades da equipe em primeiro lugar, buscando empoderar e desenvolver seus colaboradores.
Uma cultura organizacional forte é construída com base em valores e práticas que buscam forte mobilização e desenvolvem a identidade entre a empresa e seus colaboradores.
Em empresas onde essa abordagem é adotada, observa-se uma redução no turnover e uma maior disposição dos colaboradores para colaborar e contribuir com ideias inovadoras, pois sentem-se mais confortáveis e equilibrados em construir um futuro em conjunto.
Surge neste contexto a figura da liderança servidora. Um estilo que promove espaços de diálogo, escuta ativa sobre inseguranças e aspirações e é um construtor de contexto, trazendo clareza sobre o ambiente e sua visão de futuro.
Inclusive, a Gallup realizou um estudo em 2020 que revelou que empresas com líderes que praticam a liderança servidora têm uma taxa de rotatividade 50% menor em comparação com aquelas que não adotam esse estilo. Além disso, essas empresas reportaram um aumento de 20% na produtividade.
Desafios atuais e a importância da liderança servidora
A liderança servidora pode ser uma resposta eficaz para esses desafios.
- Diversidade geracional: as diferentes expectativas e estilos de trabalho das diversas gerações no ambiente corporativo podem levar a conflitos e desentendimentos. A liderança servidora promove um ambiente onde todas as vozes são ouvidas e respeitadas, criando uma cultura de inclusão e colaboração. Ao priorizar o desenvolvimento de todos os colaboradores, independentemente da idade, as empresas podem alinhar objetivos e fomentar um ambiente harmonioso.
- Trabalho remoto: com o aumento do home office, muitos líderes enfrentam o desafio de manter o engajamento e a produtividade das equipes. A liderança servidora permite a conexão com os colaboradores de maneira mais humana e empática. Ao oferecer apoio emocional e profissional, os líderes servidores podem criar um ambiente de confiança, essencial para a eficácia do trabalho remoto.
- Saúde mental: a saúde mental dos colaboradores nunca foi tão discutida como agora. A pressão e a ansiedade aumentadas pelo ambiente de trabalho atual podem impactar negativamente a produtividade e a moral da equipe. Líderes que adotam essa abordagem são mais propensos a promover políticas de bem-estar, oferecer suporte psicológico e criar um ambiente onde os colaboradores se sintam à vontade para compartilhar suas preocupações.
Em um cenário de incertezas e desafios, a liderança servidora se revela uma abordagem transformadora, beneficiando tanto os colaboradores quanto a cultura e os resultados da organização.
Essa prática possibilita a criação de ambientes de trabalho mais saudáveis, inclusivos e produtivos, preparados para enfrentar os desafios do futuro. Assim, em um mundo em constante mudança, a liderança servidora se destaca como uma medida assertiva para promover o sucesso organizacional e o bem-estar dos colaboradores.