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IA e o combate a fraudes financeiras

Foto: divulgação.

Por Leandro Cassella, CEO da Exato Digital.

A inovação tem expandido capacidade em proporções absurdas. Mesmo assim, em paralelo a ela, o crescimento de iniciativas nocivas também foi notável. O Instituto de Pesquisa DataSenado afirmou, em junho deste ano, que 24% dos brasileiros sofreram algum crime digital relacionado à clonagem de cartão, fraude na internet ou invasão de contas bancárias.

A detecção de fraudes é um desafio constante, especialmente para empresas, onde a complexidade das transações financeiras, aliada à criatividade dos fraudadores, exige soluções igualmente sofisticadas. É aí que a inteligência artificial, o machine learning e as tecnologias emergentes entram em cena, oferecendo uma abordagem inovadora e dinâmica para identificar e prevenir atividades fraudulentas.

Ao contrário de métodos estáticos de detecção, que dependem de regras predefinidas e podem ser facilmente contornados por criminosos experientes, a IA pode analisar grandes volumes de dados em tempo real e identificar padrões sutis que poderiam passar batido. Por meio do machine learning, os algoritmos podem se aprimorar continuamente, refinando as análises com base em novas informações.

Já as tecnologias emergentes contribuem para desviar tentativas avançadas de golpes. O reconhecimento por voz, por exemplo, utiliza dados de aprendizado de máquina para analisar padrões únicos na fala, permitindo autenticação segura em call centers e reduzindo farsas em transações telefônicas. Da mesma forma, o reconhecimento de impressão digital captura características biométricas como proteção adicional em dispositivos móveis e sistemas de segurança. Já o reconhecimento facial é, enfim, um caminho para confirmar que a pessoa envolvida é realmente quem diz ser, evitando situações de deep fake.

O resultado é um sistema de detecção muito mais eficaz, capaz de acompanhar a evolução das ameaças e proteger as transações financeiras de maneira proativa. Em um cenário em que a segurança e a confiança são fundamentais para o crescimento do mercado de pagamentos e serviços financeiros, esses recursos podem ser responsáveis pela proteção de consumidores.

Dentro deste contexto, é impossível não citar as fintechs. Essas organizações têm impulsionado a transformação do mercado financeiro com soluções inovadoras e experiências mais acessíveis. As estruturas ágeis e tecnologicamente avançadas presentes nas fintechs fazem com que elas estejam na vanguarda do uso da IA no combate a fraudes, desenvolvendo ferramentas de prevenção que se adaptam rapidamente às demandas do mercado.

Novos avanços tecnológicos, também impulsionados pelas fintechs, como o uso de redes neurais e algoritmos de aprendizado profundo, prometem levar a capacidade de detecção de fraudes a um patamar ainda mais elevado, identificando padrões e comportamentos com uma precisão sem precedentes.

Deve-se reforçar que o uso responsável da tecnologia é fundamental para garantir que as decisões automatizadas sejam transparentes, justas e imparciais. Além disso, a proteção da privacidade e a conformidade com regulamentações como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) são aspectos essenciais a serem considerados no desenvolvimento de sistemas de detecção de fraude. E isso depende da colaboração humana.

Ao combinar a capacidade analítica da tecnologia com a expertise humana em segurança e conformidade, as empresas podem implantar recursos robustos e eficientes. Essa é uma maneira de otimizar a experiência dos clientes, tanto em aspectos de proteção como de eficiência.

O fato é que os golpes não vão parar. Eles tendem a continuar e, infelizmente, expandir. Com fraudadores dedicados a encontrar as melhores metodologias para enganar os usuários financeiramente, a outra ponta, por sua vez, possui a oportunidade de investir em uma alternativa que mitigue esses riscos.

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