Por Fernando Moulin, sócio da Sponsorb.
A Black Friday consolidou-se como a principal data promocional do varejo brasileiro e, mesmo para quem deixou os preparativos para a última hora, ainda é possível participar de forma competitiva.
Desse modo, o segredo está em planejamento inteligente, ofertas reais e gestão operacional eficiente.
Mesmo no início de outubro, lojistas que não iniciaram o planejamento podem encontrar espaço para aproveitar a data. A recomendação, obviamente, é jamais ficar de fora da Black Friday e começar a “fazer acontecer” já.
Para os lojistas de menor porte, por exemplo, é possível apostar em peças promocionais de impacto, liquidação de estoque parado e campanhas de comunicação direcionadas.
A credibilidade, no entanto, é fator-chave. As ofertas devem ser descontos reais e perceptíveis para o consumidor, evitando práticas que gerem desconfiança ou prejudiquem a reputação da marca.
No varejo, não basta vender apenas no dia oficial da Black Friday. O ideal é pensar em ofertas progressivas ao longo de novembro, distribuídas por semanas, garantindo movimento constante e expectativa no consumidor.
Essa estratégia substitui campanhas sazonais tradicionais, como as de primavera ou outono, por ações que deem continuidade ao calendário promocional.
Outro ponto crítico é o trade marketing. A ambientação das lojas físicas, com cartazes, kits promocionais e sinalização clara de descontos, influencia diretamente a percepção de oportunidade.
Já no ambiente digital, é fundamental alinhar disponibilidade de estoque, reposição rápida e prazos de entrega realistas. A frustração com atrasos logísticos pode comprometer não só a venda, mas também a fidelização do cliente.
Black Friday: tendências de comportamento do consumidor
O cenário econômico trouxe um consumidor mais cauteloso e extremamente sensível a preço. A busca por custo-benefício prevalece, inclusive em nichos mais premium.
A Black Friday, nesse contexto, transforma-se em uma oportunidade para atingir metas anuais de faturamento, conquistar novos clientes ou reter consumidores que poderiam migrar para concorrentes em busca de preços melhores.
Assim, a recomendação é trabalhar com estratégias de valor percebido, garantindo que o consumidor sinta que fez um bom negócio, seja pelo desconto aplicado, pelas condições de pagamento ou pela experiência de compra.
O processo de pagamento precisa ser simples e sem fricções. Não se trata de inovar e ser criativo nesse sentido apenas por marketing, mas de oferecer os meios de pagamento que o cliente já usa no dia a dia. Isso inclui cartões de crédito e débito, o onipresente PIX e boletos, por exemplo.
Apesar de alternativas como criptomoedas chamarem atenção, ainda não são amplamente utilizadas e podem servir apenas como atrativo de marca. Mais relevante é investir em boas condições de parcelamento, sem comprometer a margem, mas permitindo ao consumidor financiar seu desejo de consumo.
No e-commerce em geral, o cumprimento de prazos de entrega é decisivo para garantir satisfação e evitar reclamações. Por isso, a recomendação é prometer apenas o que pode ser cumprido, levando em conta a capacidade logística real da empresa e sua cobertura geográfica.
Além disso, a Black Friday exige um pós-venda robusto. Isso significa SAC preparado, equipe dedicada para acompanhamento diário e visibilidade das ocorrências até a alta gestão.
A experiência do cliente não termina no ato da compra: um problema resolvido com agilidade pode transformar uma situação negativa em fidelização futura.
Outra tendência que impacta diretamente os resultados é o aumento do ticket médio no e-commerce.
Com mais opções de pesquisa e categorias de maior valor agregado em destaque, o consumidor chega à Black Friday disposto a investir em produtos mais caros, desde que perceba segurança e transparência na transação.
Muitas vezes, esse transparência é reforçada positivamente com processos como retirada em loja, ou mesmo o uso de marketplaces e empresas reconhecidas de mercado para sua logística de entrega.
Portanto, para ter uma Black Friday de sucesso em 2025, o lojista precisa equilibrar estratégia promocional, logística e relacionamento com o cliente. Ofertas reais, boa comunicação e marketing, cumprimento de prazos, pós-vendas estruturado e variedade de meios de pagamento formam a base para conquistar confiança e aumentar faturamento.
Em um ano de consumo retraído, a data representa não apenas um pico de vendas, mas uma oportunidade de fortalecimento da marca e de fidelização de clientes para o longo prazo.