Por João Labre, diretor de TI da Beyondsoft Brasil.
Com o avanço dos modelos de negócios das startups, focadas na agilidade, o modelo de trabalho Fusion Teams ou Squad está crescendo e se popularizando.
Negócios de sucesso e empresas emergentes apontam esta metodologia como responsável por extrair o máximo de produtividade e desempenho de seus colaboradores.
Desta forma, o desenvolvimento não está mais a cargo apenas dos programadores profissionais e sim de um grupo de colaboradores que carregam experiências diferentes e por meio do low code e, assim agregam inovação no resultado.
Equipes multidisciplinares são grupos de pessoas que trabalham de forma autônoma em projetos, envolvendo colaboradores de diferentes setores.
Essas equipes não devem se limitar aos que trabalham dentro do escritório (information workers), mas também devem incluir os mais de 2 bilhões de profissionais que atuam na linha de frente (frontline workers) em todo o mundo, e que precisam se conectar e colaborar com suas organizações.
Um exemplo de equipe multidisciplinar é o fusion team, que tem a autonomia como sua principal característica.
Nesse tipo de equipe, há integrantes que não têm experiência em programação, mas que contribuem para a criação de softwares com conhecimento organizacional e uso de uma plataforma Low Code, adotando soluções digitais no desenvolvimento de seus projetos.
Um dos grandes benefícios aqui é a combinação de conhecimentos diversos, essencial para criar soluções mais eficazes e ágeis, rumo à jornada da transformação digital.
No caso dos frontline workers (ou profissionais de linha de frente), refere-se ao processo de introduzir tecnologias digitais e inovadoras no ambiente de trabalho das equipes de linha de frente.
Isso pode envolver a automação de tarefas repetitivas, a introdução de dispositivos móveis, a análise de dados em tempo real e a implementação de aplicativos personalizados a fim de melhorar a eficiência, a segurança e a qualidade do trabalho dos profissionais à frente da operação.
De acordo com o Relatório Especial do Índice de Tendências de Trabalho, “Technology Can Help Unlock a New Future for Frontline Workers“, desenvolvido pela Microsoft em 2022, estes colaboradores identificaram diversas falhas na cultura e na comunicação empresarial.
Para 56% dos colaboradores da linha de frente, e para 68% dos gerentes, a liderança não prioriza a construção da cultura no local de trabalho. Mais da metade dos não gerentes (58%) e 69% dos gerentes dizem que a comunicação não está chegando à linha de frente.
Os dados mostram que apesar destes profissionais desenvolverem práticas essenciais para diversos setores, ainda estão sendo pouco atendidos pelas organizações, com falta de comunicação inclusiva e recursos tecnológicos.
Visto que, por muito tempo, os profissionais de linha de frente tiveram receio do futuro do trabalho, com a especulação da substituição da mão de obra humana por recursos tecnológicos avançados, como robôs inteligentes baseados em Inteligência Artificial (IA) e automação.
Hoje, esta realidade mudou, ainda segundo o Relatório Especial do Índice de Tendências de Trabalho, destaca-se que 63% destes colaboradores estão motivados com as oportunidades de emprego que a tecnologia proporciona.
Quais os pontos chave a serem considerados ao implementar a jornada de Inovação Digital para profissionais de linha de frente usando Fusion Teams?
Comece identificando os principais desafios enfrentados por esses profissionais. Isso pode incluir questões de segurança, produtividade, comunicação ou acesso a informações relevantes.
Em seguida, siga para a formação de equipes multidisciplinares: crie o Fusion Teams com membros que possuam conhecimentos técnicos e operacionais.
Eles devem colaborar para desenvolver soluções que atendam às necessidades específicas dos trabalhadores de linha de frente, sempre com as tecnologias disponíveis, como IoT (Internet das Coisas), dispositivos móveis, sensores e análise de dados, visando determinar quais podem ser aplicadas para melhorar a experiência, a qualidade profissional e a infraestrutura desses profissionais.
Em muitos casos, a criação de aplicativos personalizados pode ser uma abordagem efetiva para atender às necessidades exclusivas das equipes de linha de frente. Esses aplicativos podem ajudar na coleta de dados em tempo real, comunicação, rastreamento de tarefas e muito mais.
O treinamento adequado dos profissionais de linha de frente objetiva usar as novas tecnologias e adotar um plano de adoção gradual para minimizar a resistência à mudança.
É importante também fazer o acompanhamento do desempenho das equipes e da infraestrutura implementada, ajustando pontos de melhorias conforme necessário.
A implementação bem-sucedida da inovação digital para profissionais de linha de frente por meio de Fusion Teams pode resultar em benefícios significativos, como aumento da eficiência operacional, maior segurança no local de trabalho, melhor comunicação e maior satisfação dos colaboradores.
Trata-se de uma relação ganha-ganha: em que a empresa se beneficia com o aumento da produtividade e retenção de talentos e os colaboradores são motivados pelos desafios e engajamento nos assuntos da empresa, participando ativamente dos processos de inovação.
