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Vilã ou heroína: qual a atuação e o futuro da IA nos meios de pagamento?

Alberto Azevedo, CEO da ThePayGroup

Por Alberto Azevedo, CEO da ThePayGroup.

A inteligência artificial tem permeado diversas esferas da vida cotidiana e os meios de pagamento não são exceções.

Projeções do mercado estimam que a interação entre a tecnologia e este setor deve movimentar algo em torno de 1,5 trilhão de dólares nos próximos dez anos, seja via sistemas de detecção de fraudes, na personalização de ofertas ou na simplificação das transações.

Empresas de pagamento já fazem uso de ferramentas de IA para identificar tendências globais, realizar análises de grandes volumes de dados para detecção mais precisa de fraudes e aprimorar e personalizar a experiência pós-transação do cliente, otimizando a jornada.

Portanto, não estamos falando mais sobre futuro, mas, sim, de como este avanço já está moldando a indústria em pauta.

No entanto, essa influência suscita alguns debates, principalmente sobre se a IA é, de fato, heroína, trazendo eficiência e conveniência, ou vilã, ameaçando a segurança e privacidade dos consumidores.

Como já destacado anteriormente, a tecnologia tem se consagrado como uma aliada dos meios de pagamento. Ao identificar, por exemplo, padrões suspeitos e prevenir golpes, não apenas é capaz de proteger os consumidores, mas também de reduzir os prejuízos financeiros das empresas.

Além disso, a IA tem revolucionado a experiência do usuário. Por meio da análise de dados de comportamento e preferências, os sistemas podem personalizar ofertas e recomendações, tornando as transações mais relevantes e satisfatórias. Essa personalização aumenta a fidelidade e ainda impulsiona as vendas e o crescimento dos negócios.

No entanto, à medida que mais dados pessoais são coletados e analisados, surgem preocupações sobre como essas informações estão sendo usadas e protegidas. Existe o risco de que os dados dos consumidores sejam comprometidos ou utilizados de maneira inadequada, o que pode resultar em sérias consequências para a segurança financeira e pessoal.

Nesse ponto, governos em todo o mundo já estão fomentando a criação de regras e mecanismos legais. O movimento é liderado pela Europa, EUA e alguns países asiáticos, além da ONU e de nações que integram o G20, organizações multilaterais que já declararam a necessidade urgente de uma regulamentação global, com foco na proteção da privacidade e no controle de uma IA autossuficiente.

Além disso, há preocupações éticas relacionadas ao uso da tecnologia nos meios de pagamento, especialmente no que diz respeito à discriminação algorítmica. Se os algoritmos de IA forem programados com preconceitos implícitos, existe o risco de que certos grupos de consumidores sejam injustamente discriminados em termos de acesso a serviços financeiros ou ofertas personalizadas.

Para garantir que a inteligência artificial seja verdadeiramente uma heroína no setor, é crucial abordar essas preocupações de forma proativa e responsável. Isso requer a implementação de políticas e normas robustas para proteger a segurança e privacidade dos consumidores, bem como a transparência e responsabilidade por parte das empresas que desenvolvem e utilizam sistemas de IA.

É essencial ainda promover a diversidade e inclusão na concepção e implementação dos algoritmos, a fim de mitigar possível discriminação e promover a equidade.

Se implementada de forma ética e responsável, a IA tem o potencial de trazer benefícios significativos para consumidores e empresas, tornando as transações mais seguras, convenientes e personalizadas.

No entanto, é fundamental permanecermos vigilantes em relação aos desafios e perigos associados ao seu uso, garantindo que o impacto seja positivo e inclusivo para todos os envolvidos.

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