Por Mario Cesar Santos, VP Global de Soluções da Aware.
Vamos mostrar com alguns números para começar nossa conversa sobre a importância da autenticação biométrica nos serviços financeiros:
Segundo a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2023, no ano passado foram realizadas 126,7 bilhões de transações bancárias por smartphones, um aumento de 30% em relação a 2022, quando foram efetivadas 97,8 bilhões de transações. Em média, 8 em cada 10 transações bancárias no Brasil são feitas por canais digitais, como mobile banking (66% do total) e internet banking (34%).
A bancarização digital no Brasil é impulsionada pela praticidade e comodidade do uso do dispositivo móvel nas transações financeiras, além da competição de mercado com a forte participação das contas estritamente digitais, onde uma pessoa pode ter até seis destas contas ativas.
Agora, vamos pensar um pouco sobre a segurança necessária para estas transações online. O cliente deve sempre ficar atento aos perigos deste ambiente digital e adotar medidas efetivas para impedir que nenhum fraudador esteja coletando os dados bancários e senha para subtrair os recursos de suas contas.
Por outro lado, as instituições financeiras necessitam ter a certeza que as transações sejam feitas pelos seus clientes reais, e não pelos fraudadores.
Combinando autenticação multifator com a biometria
Várias medidas já são tomadas pelo mercado financeiro para a segurança das transações online, como a utilização de senhas fortes e autenticação multifator, ou MFA, aquela que verifica a identidade do cliente combinando o uso de senhas com um ou dois fatores adicionais de autenticação, que pode ser o envio de um código via SMS para o celular do cliente, por exemplo. A nossa ideia aqui é sugerir que seja adicionada a autenticação biométrica facial, digital ou por voz à autenticação multifator.
A autenticação biométrica é a maneira mais segura para transações financeiras porque envolve a verificação da correspondência de uma amostra facial do cliente em vida fornecida por ele na abertura da sua nova conta.
Posteriormente, durante a realização das próximas transações financeiras, estes dados biométricos serão usados para validar se a pessoa que está realizando um pagamento ou transferência de dinheiro é o próprio cliente, e não um fraudador.
Para se ter uma noção do nível de segurança desta metodologia, ela já obtém uma acurácia superior a 99% na identificação facial de pessoas de todas as raças e etnias. Em um país muito diverso como o Brasil isso é extremamente relevante.
Barrando os deepfakes
A qualidade da autenticação biométrica facial é elevada e capaz de detectar tentativas do fraudador de se passar por um cliente real de serviço financeiro por meio da utilização de uma imitação (spoofs), como fotos digitais, vídeos ou máscaras de rostos em 2D ou 3D, além de barrar a ocultação de identidade que utiliza uma imagem facial não humana ou parcialmente obscurecida para evitar futura detecção facial.
A tecnologia também é útil para estabelecer o “Não Repúdio”, quando a instituição financeira pode coletar evidências associadas às atividades de um fraudador contra uma pessoa real, ou seja, para evitar que um fraudador repudie seu envolvimento em uma tentativa de fraude.
Combate às fraudes
Efetivamente, podemos perceber que a autenticação biométrica nas transações financeiras pode ajudar a combater as fraudes, que registram números enormes.
Segundo o Banco Central brasileiro, apenas no primeiro trimestre de 2023 foram mais de 2,8 mil tentativas por minuto, sendo mais de 365 milhões de tentativas de golpes nesse período.
A autenticação biométrica é a mais robusta proteção contra fraudes e também para a proteção do patrimônio dos clientes e também instituições financeiras. Para as empresas do setor ela representa aumento da competitividade no mercado, redução de custos e maior segurança para suas transações.