A relação do ser humano com a alimentação está mudando. Cada vez mais, as pessoas buscam por qualidade, saúde e sustentabilidade. Já é comum vermos pessoas buscando uma alimentação balanceada para contribuir com o bem estar físico e mental.
Além de saudável, estamos falando de uma alimentação consciente, que vem impactando o mercado e a produção de alimentos, já que a grande preferência tem se voltado a métodos agrícolas mais ecológicos e por produtos orgânicos e locais. Uma saída é plantar em casa o que será consumido. É deste pensamento que surgem as chamadas hortas urbanas que, atreladas à tecnologia, também são inteligentes e automatizadas.
Para entender mais deste movimento, o Economia SP Drops conversou com Rodrigo Farina, CEO da Brota Company, que em menos de um ano conquistou mais de 30 mil clientes. Confira abaixo:
Qual foi o insight para a criação do negócio?
Rodrigo: Todo mundo gosta de ter uma plantinha em casa. Mais precisamente, 74% das pessoas querem plantar em casa mas ainda não o fazem. Elas não fazem isso porque não tem tempo na rotina, porque não tem conhecimento sobre plantio ou porque não tem espaço em casa. A Brota resolve tudo isso com uma horta inteligente, automática e compacta, permitindo plantas e temperos frescos em casa. Nosso produto é totalmente automatizado para cuidar das suas plantas. As nossas cápsulas já vem com tudo que sua planta precisa para crescer saudável e natural, a irrigação é automática e só precisa ser reposta 1 vez por mês. O modelo é muito parecido com uma máquina de café, que é só colocar as cápsulas, água e pronto, suas plantinhas já estão se desenvolvendo.
Como a solução pode ajudar a propagar o consumo desses alimentos em casa? Como esse conceito impacta na alimentação?
Rodrigo: A preocupação com saúde e sustentabilidade é, ainda bem, cada vez maior. A Brota faz com que todo mundo possa dar o primeiro passo nesse caminho! Plantar em casa tem vários benefícios, porém, até aqui, não era tão fácil. Com nossos produtos, todo mundo pode plantar o que quiser, onde quiser, sem esforço. Temperos frescos, saudáveis, sustentáveis e, claro, gostosos.
Onde atuam e quais os planos de expansão?
Rodrigo: Já somos mais de 30 mil agricultores urbanos, em todos os estados do país. A Brota atende todos os cantos do Brasil e adapta para cada necessidade. Desde uma pessoa que tenha muito sol em casa lá no Sul, até uma pessoa que mora em apartamento fechado lá no Norte, podemos fazê-la plantar em casa mais de 50 tipos de plantas, usando da nossa iluminação artificial, por exemplo. Por ser uma horta inteligente, o sistema funciona em qualquer ambiente. A nutrição, irrigação e iluminação das plantinhhas são feitas automáticamente, então não importa onde, no país, você mora, nosso sistema funciona. Todas as informações de montagem já vem junto com o produto.
A pandemia influenciou as pessoas a buscarem soluções como a Brota para melhorar a qualidade de vida em relação à alimentação?
Rodrigo: A pandemia antecipou alguns passos na nossa jornada. As pessoas passaram a olhar mais sobre sua rotina e hábitos. Mas a pandemia não criou isso, apenas antecipou! Esse movimento já acontece há alguns anos em vários países e inevitavelmente chegaria ao Brasil. As pessoas buscam por alimentos saudáveis, sustentáveis e gostosos. A palavra chave para isso é “rastreio”. A alface que você compra no supermercado não tem como saber se tem agrotóxico, se foi plantada em terras de desmatamento, etc… Mas plantando em casa, você está no controle de tudo e consegue ver a saúde nascer ali mesmo.
Qual a tendência para os próximos anos em relação ao consumo de alimentos?
Rodrigo: Assim como o selo “orgânico” ganhou espaço nos últimos anos, alguns novos “selos” também aparecerão. Plantar em casa, além de terapêutico, é saudável e sustentável e vai se tornar cada vez mais frequente. Mas não para por aí. Para dar outro exemplo, hoje temos 54% de desperdício nos alimentos e precisamos começar a fazer diferente.
Quais os planos da Brota para este e próximos anos?
Rodrigo: O Brasil produz cerca de R$ 200 bilhões em alimentos por ano. Mais da metade disso migrará para dentro da cidade até 2030. Hoje, trabalhamos focados onde tem o maior valor agregado da cadeia: os temperos. Os próximos passos nos levarão a plantar mais coisas, como saladas, verduras e até legumes. Neste ano, aumentaremos o portfólio com o lançamento de mais três produtos que sustentam essa tese, aumentando o consumo e produção de alimentos dentro da cidade, sempre focando em solucionar problemas e aumentar a saúde e a sustentabilidade das nossas rotinas.