Por Walter Kler, gerente de pré-vendas e produtos na NAVA Technology for Business.
Não há dúvidas que a utilização de Inteligência Artificial (IA) no trabalho traz grandes benefícios. Porém, o Shadow IA – uso indiscriminado e não supervisionado- tem gerado preocupações.
Quando um colaborador utiliza uma plataforma de IA não autorizada para analisar um código, gerar insights ou transcrever uma reunião, por exemplo, expõe as empresas a riscos significativos, como vazamento de dados confidenciais e violações das normas de segurança. Uma pesquisa da Gartner revelou que 40% das organizações já sofreram uma invasão de privacidade relacionada à IA.
Toda companhia precisa garantir a confidencialidade e integridade dos dados, além de evitar vazamentos que possam comprometer a imagem e os negócios. Uma das principais preocupações é a conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil, principalmente quando há coleta, processamento e armazenagem por plataformas de IA. A utilização de ferramentas não autorizadas pode resultar em sanções legais e prejuízos financeiros para a empresa.
A utilização de IA para criar conteúdo ou gerar insights ainda gera o risco de, inadvertidamente, violar direitos de propriedade intelectual de terceiros. Imagine, por exemplo, que uma IA crie um artigo com base em informações de fontes não devidamente identificadas; isso pode acarretar problemas legais e éticos para a empresa que utilizou o conteúdo.
Por fim, muitas vezes a IA pode produzir conteúdo ou respostas sem a devida verificação de suas fontes, levando a erros ou decisões baseadas em informações incorretas. O viés presente em certos algoritmos de IA também é preocupante, já que pode influenciar os resultados de forma inadequada.
Para mitigar esses riscos, as empresas devem adotar políticas claras sobre o uso de IA, supervisionar a forma como as ferramentas são utilizadas e garantir a conformidade com normas de segurança e proteção de dados. Embora a IA traga inúmeras vantagens, o uso consciente e seguro dessas ferramentas é fundamental para assegurar que os benefícios superem os riscos.