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Como a IA afeta as relações corporativas?

Foto: divulgação

Por Elisabeth Mariano Matsumoto, sócia e diretora da Prosphera Educação Corporativa.

Que a Inteligência Artificial (IA) vem revolucionando a maneira como as empresas operam e a forma como as atividades são desempenhadas na atualidade, ninguém tem mais dúvidas. O avanço no desenvolvimento tecnológico, porém, vem proporcionando mudanças que vão além da automação de processos.

Seus impactos podem ser vistos, sentidos e vivenciados de muitas maneiras. Afinal, a IA está moldando as dinâmicas dentro das organizações de formas profundas. Ela vem alterando a comunicação interna, a liderança e até mesmo as expectativas dos profissionais.

Destaco, por exemplo, a reformulação na maneira como os gestores interagem com suas equipes desde que a IA passou a fazer parte do cotidiano. Com o uso das ferramentas de IA, tarefas repetitivas, como análises de dados e relatórios, foram automatizadas. Consequentemente, os profissionais que antes se ocupavam com essas funções, agora podem se concentrar em atividades mais estratégicas, fator que trouxe melhora na produtividade e exigiu dos líderes uma adaptação a novos modelos de gestão. Agora, as decisões podem ser tomadas de maneira mais rápida e precisa. Isso significa, que os líderes precisam adotar uma postura muito mais analítica e menos subjetiva. Como resultado, temos um fortalecimento na confiança em relação às decisões gerenciais, ao mesmo tempo em que também é possível que se crie uma dependência excessiva das novas tecnologias, o que vai afetar, futuramente, a capacidade de liderança humana quando houver necessidade de julgamento emocional ou ético de determinadas situações.

Outro ponto que pode ser influenciado são as relações de poder nas companhias, visto que com a facilidade em coletar dados sobre o desempenho individual dos funcionários, a IA pode ser usada para monitorar e avaliar colaboradores de forma mais eficiente. Ao mesmo tempo em que proporciona um feedback mais preciso e transparente, também é aberto um precedente em relação a questões como privacidade, sobrecarga de informações e abalo da confiança entre as pessoas.

Com o avanço no uso das Inteligências Artificiais, também podem ser percebidos impactos importantes na cultura organizacional. Apesar de tornar a comunicação e o acesso a informação muito mais dinâmico, o uso da IA pode provocar uma diminuição das interações humanas e um distanciamento emocional entre as pessoas, assim como afetar a criatividade e a inovação.

O mesmo se aplica às relações com os clientes. Ferramentas como chatbots, assistentes virtuais e algoritmos de recomendação são usadas para personalizar o atendimento, criando uma experiência mais fluida e eficaz para o consumidor. Embora isso traga vantagens em termos de um serviço mais eficiente e assertivo, também levanta questões sobre a privacidade e o uso ético dos dados dos consumidores. Além disso, o aumento da automação no atendimento ao cliente pode afetar a percepção de empatia e atenção no serviço prestado.

A adoção da IA nas corporações também traz à tona algumas questões éticas, que precisam ser cuidadosamente analisadas. A automação de processos pode resultar em perda de empregos, especialmente em áreas mais operacionais e administrativas. Embora novas funções possam surgir com a introdução da IA, muitas delas exigem habilidades técnicas específicas, o que pode aumentar a desigualdade social e profissional, com a exclusão de trabalhadores menos qualificados ou com dificuldades de adaptação a novas tecnologias.

À medida que a Inteligência Artificial continua a se desenvolver, o impacto nas relações corporativas será ainda mais profundo. Empresas que souberem equilibrar a adoção da IA com uma abordagem humana e ética estarão mais preparadas para navegar nas mudanças. A chave será usar a IA como uma ferramenta para aprimorar as habilidades humanas e não para substituí-las completamente. Para que as empresas se beneficiem dessa transformação de maneira sustentável, será crucial encontrar o equilíbrio entre a automação e a preservação de um ambiente corporativo humano e ético. Pense nisso!

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