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Onde investir em 2022

Foto: divulgação.

Nos últimos 3 meses do último ano interagi muito com investidores de diversos perfis e volumes disponíveis para investimento. Invariavelmente, surgia a pergunta: o que achas da situação do mercado neste momento?

A pergunta vinha à tona uma vez que a alta dos juros brasileiros era vivenciada, associada à uma inflação também aumentada. A pergunta já é ruim de responder, porém, o pior era a motivação desta pergunta.

Estava em questão a decisão de alocar recursos em renda fixa ao invés de manter as posições em renda variável, principalmente em papéis da bolsa.

Olhando pelo retrovisor, os indicadores falam por si só. A bolsa, no índice Ibovespa, apresentou queda de 11,93% no ano passado, depois de proporcionar ganhos de 2,92% em 2020. A renda fixa proporcionou pouco mais de 5% de rendimento no ano. 

Fato é que a realidade brasileira de investimentos tem mudado nos últimos anos. Não tenho a presunção de acertar qual o melhor investimento para 2022, muito menos opinar na estratégia de alocação das diferentes casas de investimentos, mas quero chamar a atenção para a necessidade de diversificação.

No contexto da diversificação dos investimentos, coloco o venture capital como uma das boas alternativas para os próximos anos. Entendo que um investidor estruturado deve separar uma pequena parte do seu patrimônio para alocar na economia real, em empresas que de fato crescem, independentemente da situação econômica ou política do país.

Empresas investidas por fundos desse tipo crescem descolados da economia real e naturalmente agregam valor aos ativos, empreendedores e fundos de investimentos.

Investir em venture capital significa investir em inovação, em disrupção, em ótimos empreendedores que mudam a realidade de uma determinada indústria e que no final de um ciclo de médio a longo prazo, proporcionam ganhos aos seus investidores.

No ano passado, começamos com um portfólio de 8 empresas e terminamos o ano com 7. No meio do caminho, realizamos 2 saídas, estruturamos um novo fundo de investimentos e já realizamos 2 novos investimentos. Aceitamos a perda em 1 outra empresa cujo mercado foi altamente afetado pelos quase 24 meses de pandemia.

O resultado é otimismo. Nas duas saídas, nosso fundo de investimento atingiu ganhos ou rendimentos de 622,81% e 76,16% ao ano, quando vendemos a primeira para uma grande empresa do varejo brasileiro e a segunda para um outro fundo de investimentos.

Em outras palavras, as operações multiplicaram o capital dos nossos investidores em, respectivamente, 9,2 e 5,4 vezes o investimento realizado. Tais ganhos, na gestão do portfólio, mais do que compensam a perda realizada em um único investimento.

Uma outra empresa de nosso portfólio recebeu novos R$ 20 milhões para continuar sua saga e crescimento exponencial. Outras 3 já haviam recebido rodadas em 2020.

Nosso novo fundo investiu em 2 novas empresas que despontaram no cenário de pandemia. Uma delas, depois de receber o primeiro aporte, já dobrou seu tamanho em termos de faturamento. 

O ano de 2022 começa com a perspectiva de realizarmos 3 ou 4 novos investimentos através do novo fundo de investimentos que chegará a R$ 100 milhões para diversificar em pelo menos 10 empresas.

Já estão comprometidos 25 investidores dentre os quais estão family offices, corporações, outros fundos de investimentos e pessoas físicas.

As portas estão abertas. O mercado de venture capital não para de crescer. As estatísticas mostram que a cada ano, mais recursos são aportados em novas empresas, bem como novas empresas passam a ser compradas por grandes grupos econômicos, além de abrirem capital na bolsa. Só otimismo e trabalho. Que venha 2022!

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Sócio-fundador da Invisto

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