Começo este texto dizendo que nem sempre quem deseja empreender terá sucesso nos negócios. Na maioria das vezes, estar no mercado por conta própria é muito desafiador para as pessoas empreendedoras, pois no começo os recursos são limitados e o negócio vai demandar que cada fundador seja polivalente, já que o marketing, as vendas, o financeiro, o suporte aos clientes, entre outras atividades, estarão centradas na mesma pessoa ou distribuídos para uma equipe pequena.
E não falo isso com o intuito de desanimar as pessoas que objetivam abrir uma empresa ou lançar um produto ou serviço inovador, mas sim porque existem alguns pilares que podem contribuir com um retorno positivo lá na frente.
Um dos caminhos, inclusive, está ligado à capacitação prévia e constante, ou seja, buscar conhecimento por meio de palestras, workshops, mentorias e eventos, bem como trocar experiências com outros empreendedores é extremamente essencial para se ter uma ideia dos desafios que podem surgir na jornada.
Mesmo para pessoas com ampla experiência de mercado, fundar uma startup exigirá mudanças constantes na rotina e um nível de maturidade significativo para lidar com os riscos e adaptações operacionais repentinas. Transformar uma ideia em um empreendimento inovador sustentável implica muitas vezes em tentativa e erro, consumindo muita energia intelectual e de execução de todos os envolvidos.
De maneira geral, nosso país não oferece os melhores cenários para novos empreendimentos, segundo dados do IBGE (2021), 48% das empresas no Brasil fecham em até três anos, e ainda de acordo com o Mapa das Empresas, elaborado pelo Ministério da Economia, quase 359 mil empreendimentos foram abertos no ano passado e ainda segundo os dados, 153 mil empresas foram extintas no mesmo ano. Esses dados mostram que para abrir um negócio e ter sucesso em longo prazo é preciso ir além do sonho e aliar conhecimento de mercado, estratégia e uma execução consistente.
Nesse contexto, trabalhar a validação do problema a fundo junto aos potenciais clientes, entender a concorrência e testar modelos diferentes de venda para o produto ou serviço podem garantir aprendizados importantes para os próximos passos do desenvolvimento da startup. Puxando o contexto do nosso título, vale lembrá-los que nesse começo as funções executivas e operacionais não estarão tão claras no dia a dia, como são nas corporações.
Liderar em um contexto de incertezas demanda decisões rápidas e muita mão na massa para aprender rápido o que funciona ou não para o futuro da startup. Muitas vezes, será preciso pivotar ideias, planejamentos e até soluções desenvolvidas para se ganhar tempo e produtividade em curto prazo.
Outro ponto, acredito que definir um modelo de gestão organizado e baseado em dados é um fator decisivo no aprendizado e na jornada empreendedora, por isso, busque ferramentas que facilitem a criação de processos e atribuições de tarefas alinhadas aos objetivos de curto e médio prazo. E lembre-se que a sua missão inclui também comunicar-se com todos os membros da equipe, entendendo como estão executando suas funções e constantes alinhamentos sobre os resultados esperados.
Por fim, entenda que ser founder não te exime das responsabilidades de estar envolvido do começo ao fim nas ações da sua empresa. Além disso, seu foco e dedicação serão elementos-chave para o sucesso da sua startup no mercado.
Lembre-se que não basta chefiar, é necessário executar!