Por Thais Blanco, fundadora da THBlanco Gestão da Transformação e sócia-fundadora da Evolure Consultoria.
A inteligência artificial (IA) é uma das tecnologias mais transformadoras do nosso tempo, e está mudando o mundo de maneiras profundas e significativas.
Há quem diga que a IA está transformando o mundo em que vivemos, tornando-o mais eficiente, produtivo e conveniente. Outros, no entanto, profetizam o caos, dizendo que a IA vai dominar o ser humano, nos “emburrecer”, nos transformar em “escravos” da tecnologia.
Como toda nova descoberta, nossa primeira reação a ela é emocional. Ficamos empolgados, curiosos, excitados com as possibilidades, mas também preocupados, com muitas incertezas e medos. E isso gera reações extremas e emocionais. Faz parte!
Emoções à parte, uma coisa é certa. A IA veio para ficar e mudar nossas vidas. E não há nada que possamos fazer a respeito se não aprendermos a lidar com ela. Ela já está sendo usada em uma ampla variedade de setores, desde a medicina e a manufatura, até a educação e a tomada de decisões empresariais. Ela já está presente em nossas vidas de forma profunda e constante. Seja ao pegar um Uber, consultar o Waze ou assistir uma série de streaming em uma Smart TV, estamos em contato direto com esta tecnologia, sem mesmo sabermos. O que nos cabe agora não é questionar sua existência e desenvolvimento, mas sim pensarmos estrategicamente como lidamos com essa nova tecnologia para que potencializemos seus benefícios e minimizemos seus riscos.
De forma bem simplista, a IA está tornando o mundo mais eficiente e conveniente. Por exemplo, robôs com IA podem realizar tarefas repetitivas, liberando colaboradores para tarefas mais criativas e complexas. Algoritmos de IA podem analisar grandes quantidades de dados médicos e fornecer insights sobre o cuidado com o paciente… Esses são apenas alguns exemplos entre tantas outras funcionalidades.
Embora a IA esteja transformando o mundo em que vivemos positivamente, também apresenta alguns desafios significativos. Um dos principais está relacionado a questões éticas, como o risco de viés e discriminação, proteção e segurança dos dados. Também existem preocupações estruturantes com o deslocamento de empregos, desaparecimento de funções e profissões. A mesma automação de tarefas citada como benéfica também pode levar à perda de empregos. Há uma preocupação de que isso possa levar a desigualdades econômicas e sociais. Isso sem falar da revolução necessária nos sistemas de ensino. Na era da IA a educação terá que ser totalmente repensada. Escolas e universidades precisam preparar os alunos para as mudanças que a IA pode trazer para o mercado de trabalho. E sabemos bem que esse ajuste no sistema de ensino é complexo e toma tempo.
E o que tudo isso tem a ver com as organizações? Bom, acredito que tudo! Elas vão precisar se transformar para terem sucesso nesse novo mundo. As empresas já sabem disso e algumas coisas já são realidade — processos de automação, controle de estoque, análise de comportamento do consumidor, tudo isso já existe. Para se ter uma ideia, de acordo com dados da Deloitte, 70% das empresas investirão em IA este ano e 20% afirmam que já utilizam recursos de IA no seu cotidiano.
A transformação dos negócios e a IA estão profundamente conectados, uma vez que a IA é uma tecnologia revolucionaria, que pode ajudar as empresas a otimizar suas operações, melhorar as experiências de seus clientes e impulsionar a inovação. Ela pode ajudar a automatizar tarefas repetitivas, melhorar a eficiência e reduzir custos. Além disso, a IA pode ser usada para aprimorar a experiência do cliente, personalizando produtos e serviços de acordo com as preferências individuais.
No entanto, como já falamos, há vários desafios relacionados à IA. Já mencionamos os riscos e preocupações com questões éticas e de transparência, assim como a perda de algumas posições de trabalho por causa do uso da IA. Há também questões relacionadas a gestão dos negócios, como a necessidade de investimento significativo em tecnologia e infraestrutura, bem como questões relacionadas aos talentos, as empresas precisam repensar quem são seus talentos e a forma como os engaja no seu propósito.
Ainda temos muito que aprender e nos ajustar a essa nova realidade. Mas, como todas as grandes transformações a que a humanidade já foi exposta, se bem conduzida, ela pode produzir resultados muito positivos e ter um impacto significativo na forma como as empresas operam. Não faltam exemplos disso:
1. Mais inovação: Liberando os funcionários para se concentrarem em trabalhos mais criativos e desafiadores.
2. Excelência e resultados: Produtividade e eficiência aprimoradas, otimizando suas operações e fazendo melhor uso dos recursos, o que pode levar a uma maior produtividade e eficiência.
3. Tomada de decisões baseada em dados: A IA pode ser usada para analisar grandes quantidades de dados e fornecer insights que podem ajudar os tomadores de decisão a fazer escolhas melhores e mais informadas.
4. Engajamento e bem-estar dos colaboradores: Personalizar a experiência do colaborador, fornecendo recomendações personalizadas para desenvolvimento de carreira, treinamento e, até mesmo, atividades de bem-estar.
5. Diversidade e inclusão: Minimizando preconceitos no processo de contratação, o que pode ajudar as empresas a criar uma força de trabalho mais diversa e inclusiva.
Resumindo, a transformação dos negócios e a IA estão intrinsicamente ligados. Embora haja vários desafios na sua implementação, os potenciais benefícios são enormes e as empresas que conseguirem aproveitar efetivamente a IA estarão bem posicionadas para o sucesso no futuro.
Para isso, é importante que as organizações entendam as mudanças que a IA pode trazer para seu negócio e indústria e se adaptem a elas. É primordial que a abordem estrategicamente, com compromisso de longo prazo, garantindo que estão usando esta tecnologia de maneira ética, alinhada com seus valores e propósito.
Apenas encarando de frente esses desafios e potencializando essas oportunidades podemos assumir que a IA seja desenvolvida e usada de maneira que beneficie a sociedade como um todo. Mas isso, como sempre, está em nossas mãos!
