O conceito de smart cities possui inúmeras definições, que variam de acordo com o mercado apontado. Nesse sentido, o ramo de energia, por exemplo, define como cidades inteligentes aquelas que possuem lâmpadas de LED, já o de tecnologia defende a aplicação dos sensores, enquanto os representantes da mobilidade urbana apoiam o uso de câmeras e semáforos inteligentes. Resumindo, smart city nada mais é do que uma cidade que possui inteligência no seu processo de tomada de decisão e, sobretudo, como foco a melhoria da qualidade de vida do cidadão a partir da tecnologia.
Logo, a tecnologia desponta cada vez mais como protagonista nos processos produtivos e estratégicos das organizações privadas e públicas. Afinal, inovações trazem possibilidades, criam alternativas e geram ações que beneficiam a gestão institucional e, consequentemente, a população. Com isso, as ações rápidas e inovadoras agregam segurança, eficácia e agilidade na prestação de serviços à sociedade. Lembrando que tudo isso está intrinsecamente conectado ao uso de tecnologias que promovem uma verdadeira transformação digital, a partir de diversas ferramentas como a utilização de softwares, que estão inclusive revolucionando o modo como a administração pública se relaciona com o cidadão, principalmente nos municípios.
De acordo com o estudo “How Artificial Intelligence Could Transform Government” publicado pela Deloitte, a ampliação do uso de tecnologias, como a Inteligência Artificial (IA) e Big Data, podem gerar uma economia de até US$41,1 bilhões por ano para as máquinas administrativas nacionais, com uma redução de no mínimo 1,2 bilhão de horas de trabalho. Porém, apesar do setor público demonstrar uma maior disponibilidade para investir em tecnologias da informação e comunicação para tornar os processos mais rápidos e eficientes, ainda existem alguns desafios quanto ao desenvolvimento, como, por exemplo, a dificuldade de articulação com os diferentes segmentos da sociedade.
Não à toa, um município que busca se transformar em smart city precisa de apoio da gestão pública, seja por meio de resoluções burocráticas, aplicações de leis e até mesmo com auxílio na implementação de tecnologias essenciais para que assim a vida da população possa melhorar em diversos aspectos. Saneamento básico, segurança pública, mobilidade urbana, saúde e educação, são alguns exemplos clássicos e indispensáveis.
A boa notícia é que, recentemente foi aprovado o decreto regulatório “Sampa Sandbox”, que proporcionará a possibilidade de fazer um teste de contratação de produtos e serviços em um ambiente regulatório experimental, localizado em alguma rua ou bairro específico da capital paulista. Com isso, a intenção é ceder espaços para a inovação científica, tecnológica e empreendedora que possam contribuir com a resolução de alguma dor.
Portanto, quando a gestão pública decide caminhar lado a lado com a gestão privada, as chances de uma cidade se tornar smart city aumentam exponencialmente, encurtando caminhos, vencendo desafios e contribuindo para cidadãos viverem em uma sociedade totalmente moderna e tecnológica. Além disso, embora ainda haja apenas, aproximadamente, trinta cidades inteligentes no Brasil, as expectativas são altas. Logo, veremos cada vez mais tecnologias digitais e disruptivas em prol do bem-estar da sociedade e do meio ambiente.