O crescimento de modelos de negócios que têm como base inovação tecnológica com o objetivo de gerar escalabilidade, quase sempre conduzido por startups, que tem a agilidade necessária para pensar fora da caixa e, muitas vezes, maior facilidade de desistir do que não dá resultado, revolucionou setores essenciais como a logística, educação, segurança e, excepcionalmente, a saúde.
O avanço da digitalização transformou processos e serviços, maximizando o uso de recursos estruturais a um patamar jamais visto, o que contribui para o fortalecimento das atividades clínicas dentro de hospitais da rede pública e privada.
Softwares modernos, que organizam tarefas administrativas, padronizam procedimentos e acompanham a produtividade dos colaboradores, e equipamentos recheados de tecnologia foram implementados nos bastidores da saúde.
A telemedicina por exemplo, mesmo em caráter emergencial devido à pandemia, aumentou a eficiência de atendimentos realizados por profissionais do setor, beneficiando não só a categoria, que manteve os trabalhos durante o isolamento social, como também a população.
O modal proporcionou entre 2020 e 2021 mais de 7,5 milhões de atendimentos no país, evitando cerca de 6,5 milhões de idas ao pronto-socorro em um dos períodos mais críticos da saúde mundial, de acordo com uma pesquisa realizada pela Saúde Digital Brasil (SDB).
E, mesmo depois da pandemia, acho que ninguém mais irá retornar ao médico de forma presencial para levar os exames realizados após uma consulta inicial, por exemplo. São mudanças de comportamento sem retorno.
Outro exemplo é a digitalização de alguns processos hospitalares, como a liberação de leitos para nova internação após a alta de um paciente. No Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro, em Belo Horizonte, cada encarregado usa um tablet para fazer check list dos procedimentos pelos quais o espaço deve passar antes de ser disponibilizado a um novo paciente.
Todos os processos estão conectados ao software que unifica a gestão hospitalar, da farmácia ao beira-leito, permitindo que tudo seja gerido de forma centralizada. Além disso, o próprio colaborador, após realizar o serviço e usando o seu tablet, já torna o leito disponível novamente no sistema, sem necessidade de intervenção humana.
Na prática, a digitalização implementada gerou um ganho de quase 25% no tempo de liberação dos leitos, cedendo mais espaços e, consequentemente, reduzindo a necessidade de criação de novos leitos em uma situação emergencial. Eficiência é a palavra. Isso significa construir mais leitos sem gastar um centavo em prédio, compra de cama, colchão, etc. E o melhor: 100% SUS.
Estas e outras soluções desenvolvidas para integrar cada vez mais processos e minimizar o tempo de atendimento dentro dos hospitais tem sido não só um dos maiores desafios da saúde no Brasil, como também um dos principais objetivos.
O caminho é estimulante porque exigi constante atualização tecnológica, aliada a uma visão muito acurada dos processos que suportam o atendimento clínico de uma ponta a outra. Há sempre o que melhorar ou acrescentar.
Aqui do nosso lado, na gestão, queremos ir além, gerar valor usando intensamente a tecnologia e os processos para melhorar a infraestrutura de nossos espaços.
É com esse contexto que marcamos os próximos passos e desenhamos novas possibilidades, entendendo com clareza que a digitalização da saúde aumenta a qualidade dos serviços oferecidos, tornando mais satisfatória a experiência de todos dentro das unidades hospitalares.