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Empreendedorismo feminino: conheça seis mulheres à frente de negócios bem-sucedidos

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Foto: Danii Pollehn/AdobeStock

O mundo do trabalho de hoje abre muitas possibilidades de carreira. Há alguns anos, por exemplo, era normal ouvirmos que o melhor era ter um emprego tradicional, com carteira assinada, benefícios e estabilidade.

Mas com o advento da tecnologia e o boom das startups, somado às mudanças sociais dos últimos anos e a busca por uma ocupação com mais significado e propósito, o empreendedorismo tem sido um caminho escolhido por muitas pessoas.

Um estudo feito pelo Sebrae, baseado nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc), mostra que o número de mulheres à frente de um negócio no Brasil fechou o quarto trimestre do ano passado em 10,1 milhões, um aumento considerando os 8,6 milhões registrados no segundo trimestre de 2020.

Veja, a seguir, algumas histórias de sucesso e os pilares importantes para um negócio dar certo. Um spoiler: planejamento, ideia que resolve uma dor ou necessidade e negócio e persistência são alguns dos fatores.

Danielle Lira, sócia-fundadora do Torneira Bar

O Torneira Bar nasceu da inquietação de Danielle de não haver um espaço de cerveja realmente inclusivo, no qual todos se sentissem bem, independentemente de raça, gênero, orientação sexual ou qualquer outra característica.

“Como mulher negra, sei bem o que é não pertencer a um local que a sociedade ensinou que não era o nosso. Por isso, ao abrir o Torneira, entendi que a estruturação do local tinha que vir ao encontro do que acredito”, diz.

Ela ressalta que a maioria dos bares e eventos de cerveja não traz a inclusão e a ideia foi criar algo contra os padrões de “homem branco hetero” como o perfil dos cervejeiros. Para estruturar a empresa, ela usou toda sua bagagem do mundo corporativo, onde desenvolveu competências como gestão de equipe, organização e negociação. Além disso, fez cursos de planejamento e voltados a novos empreendimentos, e se formou como sommelier de cerveja. Segundo ela, a facilidade em negociar e se relacionar foi crucial.

“Sei que muitas mulheres se sentem acuadas nas negociações, ainda mais em uma área considerada mais masculina. Mas precisamos ter pulso firme e mostrar que entendemos desse mercado”, diz. Para isso, ela recomenda estudar e pesquisar muito o setor e entender os processos da empresa de ponta a ponta. “É preciso virar uma autoridade no tema de atuação”, afirma.

Lethicia Bronstein, criadora do Grupo Lethicia Bronstein

À frente do Grupo Lethicia Bronstein, composto pelas marcas Atelier Lethicia Bronstein, Le Bronstein e Pietra by Lethicia Bronstein, ela é uma referência no mercado de moda. A estilista, que já trabalhou em empresas como Maria Bonita e Le Lis Blanc, fez os vestidos de noiva de famosas como Gabriela Pugliesi, Claudia Raia e Dani Calabresa, e tem mais de 25 de vestidos de noiva nas novelas da Rede Globo. Além disso, suas peças já foram usadas por celebridades internacionais. Na lista estão Paris Hilton e Jennifer Lopez. O vestido amarelo com aplicação de renda usado por Jennifer na Copa do Mundo de 2014 foi feito por Lethicia. Segundo ela, para empreender e ser bem-sucedida, é importante ter paciência e foco no negócio.

“Pode acontecer de você chegar ao final do dia e não ter conquistado tudo o que planejou, mas tenho certeza que fez algo para construir esse caminho. É um trabalho de ‘formiguinha’, no qual você vai conquistando um a um e crescendo. Comigo não foi diferente. São 15 anos de estrada e, para chegar ao patamar atual, também comecei pequena, em uma sala na região oeste. Com tempo e dedicação, fui conquistando os clientes e avançando”, diz. 

A receita do sucesso? Para ela, é ter em mente coisas positivas e criar algo pensando sempre em entregar o melhor:

“Quando você faz um trabalho bem feito e com honestidade, e oferece  algo feito de coração, essa energia volta para você”.

Além do e-commerce, a marca está presente no Shopping Iguatemi, em São Paulo, e na Rua Oscar Freire. O plano, agora, é entrar no atacado e iniciar os estudos para internacionalização da marca, tendo como foco inicial o mercado americano. Para isso, ela criou um Conselho de Excelsos que conta com empresários como Edison Ticle, CFO da Minerva e Conselheiro do Grupo Soma, Reinaldo Nogueira, ex-sócio do BTG Pactual, e Ana Oliva Bologna, presidente do Conselho e principal acionista das empresas de itens para casa, Astra e Japi. 

Ana Zucato, fundadora da fintech Noh

“Sempre tive em mente que os brasileiros dividem tudo: aluguel, assinatura de streaming e, até, bolão da mega sena. E as fintechs são sempre voltadas para apenas uma pessoa. Sabia que, em algum momento, apareceria uma solução para auxiliar as pessoas nessa divisão”, explica.

A empreendedora acionou alguns contatos e desenvolveu um MVP (Mínimo Produto Viável). Em seis meses, o piloto processou R$ 230 mil.

“Quando vi o valor, percebi que tinha, sim, um negócio na mão”, afirma.

Ela ressalta que tudo foi feito na “raça”: ela aprendeu porque as pessoas dividem, como e quantas vezes fazem isso, além do comportamento de cada uma. Entras as competências necessárias para empreender, Ana ressalta a persistência:

“Empreender é uma montanha-russa e não podemos desistir na primeira dificuldade”.

Segundo ela, é normal começar o dia com uma notícia ruim e pensar que tudo acabou e, ao final do dia, o cenário ser o oposto:

“É preciso ter paciência e saber esperar. Nada é tão ruim quanto parece, nem tão bom. O não você já tem, mas a maioria das pessoas têm medo de ouvi-lo e não pedem ajuda”.

A fintech Noh, que permite pagamentos por Pix, boleto ou por um cartão pré-pago da Visa, passou a oferecer recentemente mais uma opção, o PISP, novo sistema de pagamentos do Banco Central que permite o usuário autorize um estabelecimento, loja virtual ou carteira digital a “puxar” o valor devido de sua conta bancária. A empresa já já atraiu R$ 17 milhões de investimento, e recentemente anunciou

Tatiany Ribeiro, Jennifer de Faria e Jade Utsch, fundadoras da RadarFit

Com um olhar atento às demandas do mercado, o trio criou a RadarFit, que usa a gamificação para incentivar hábitos saudáveis, e disponibiliza serviços de ponta a ponta, como personal trainer e nutricionista.

“A empresa surgiu pela necessidade atual de ter tudo em um só lugar. No cenário tradicional, se busco uma dieta, preciso entrar em uma plataforma; se quero um treino, em outra e, para comprar um produto, em uma terceira”, explica Tatiany.

De 2017 para cá, quando o negócio foi criado, a empresa já registrou mais de 1 milhão e meio de hábitos saudáveis, conta com uma base de 100 mil usuários e tem clientes como Banco do Brasil, Petrobrás e Alelo. A empresa, que também atende o mercado B2C, já levantou dois aportes, sendo um deles de R$ 3 milhões. O aplicativo foi desenvolvido em português, inglês e espanhol para atender os 15 países onde a empresa atua, incluindo Estados Unidos, México, Itália, Portugal e Espanha.

Além da atenção às tendências, Tatiany destaca alguns pontos para um negócio ter sucesso e se manter no mercado. Um deles é contar com um time capacitado e que compartilhe do propósito da empresa, que é ajudar as pessoas a ter uma vida com mais qualidade e saúde. Outro é a complementaridade de perfis e competências das sócias. De maneira geral, é a Jade quem cuida da parte de investimentos e de vendas, a Jennifer de gestão de pessoas e finanças, e a Tatiany é mais focada em marketing, produto e tecnologia.

Start: 4 dicas para começar seu negócio

Jéssica Vasconcellos, fundadora da JV – Gestão de Negócios, tem como propósito impulsionar outras empreendedoras a atingirem o sucesso por meio de uma gestão eficiente. Ela desenvolveu o “Método Boss de Gestão” para ajudar as mulheres a empreender com sucesso. Segundo ela, há quatro pilares importantes:

1. Planejamento estratégico: a empresa precisa ter uma cultura forte, saber para quem quer vender, ter metas claras e definir a estratégia para atingir esse objetivo.

2. Gestão de pessoas: para que os processos aconteçam é preciso ter uma equipe motivada e engajada com o propósito da empresa.

3. Gestão de processos: não adianta ter uma boa equipe se os processos não forem bem desenhados, transparentes e funcionais.

4. Gestão financeira: saber precificar, controlar as entradas, saídas e possíveis investimentos é fundamental para um negócio de sucesso.

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Jornalista e apresentadora do podcast Happy Hour Com Elas

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