O Governo Federal tem dispensado maior atenção para a transformação digital no Brasil com o programa Governo Digital. Atualmente o país ocupa o 2º lugar no ranking do Banco Mundial que avalia a maturidade em governo digital de 198 países.
Com 140 milhões de usuários, o que equivale a 80% da população brasileira acima de 18 anos, a plataforma gov.br foi destaque na avaliação e dá acesso a documentos digitais como carteira de trabalho, de vacinação e de trânsito, até assinatura digital em documentos.
Para formar o ranking, o Banco Mundial mede os índices de sistemas governamentais centrais, de prestação de serviços públicos, de engajamento do cidadão digital e de capacitadores de govtech.
O levantamento mais recente aponta que 78% das economias analisadas lançaram iniciativas em governo digital, e 74% têm estratégias relevantes para enfrentar os desafios da transformação tecnológica em cada país.
O Brasil teve o maior avanço entre as nações avaliadas, subindo cinco posições em relação ao ranking divulgado em 2021, quando ocupava a 7ª colocação.
Apesar do país possuir consolidada estratégia de transformação digital em nível federal, o novo governo terá outro desafio pela frente: o incentivo à implementação de políticas de Estado que atendam à demanda da democratização do acesso aos serviços públicos.
Entre elas, merece ser priorizada a digitalização do atendimento oferecido pelas prefeituras, o primeiro elo de conexão do governo com a população.
Com a criação da Lei do Governo Digital, a nova Lei de Licitações e o Marco Legal das Startups de Empreendedorismo Inovador, a principal barreira, que antes era a legislação, foi superada.
No entanto, ainda é preciso vencer o desconhecimento dos benefícios provocados pelas tecnologias e pensar em uma estratégia consistente de transformação.
A criação de políticas públicas de Estado é defendida por especialistas e entidades que atuam no segmento govtech. Ao novo governo compete apresentar as iniciativas em nível federal e como será o apoio aos estados e municípios para a criação das próprias estratégias.
O Brasil enfrenta desafios peculiares à realidade nacional, financeiros, culturais e tecnológicos, mas ainda há muito a ser explorado pelo setor público em relação às iniciativas inovadoras oferecidas pelo setor privado.
A capital financeira do país é um exemplo de cidades inteligentes que emprega a tecnologia para humanizar as relações entre poder público e cidadãos à medida que acelera o desenvolvimento social, econômico e urbanístico.
São Paulo implantou um sistema para prefeituras que provocou impacto imediato nas metas do programa de habitação popular. A virada de chave reduziu em quase 80% o tempo para aprovação dos projetos para construção de moradias para famílias de baixa renda.
Com isso, 131 mil unidades habitacionais, quase metade de toda meta de construção até 2024, foram aprovadas em pouco mais de um ano da digitalização dos processos.
Os órgãos públicos podem adotar soluções para eliminar carências que são facilmente supridas com a ajuda da tecnologia, de maneira prática, segura e transparente, tornando as cidades cada vez mais inteligentes.
As tecnologias são grandes direcionadoras para que a administração local possa, de fato, fazer a diferença na vida dos cidadãos.
Elas garantem a transparência, um dos pilares fundamentais da boa gestão, especialmente num momento em que as instituições públicas se veem com o desafio de resgatar a sua credibilidade perante a sociedade.
Apesar dos desafios a serem superados no decorrer do processo, a transformação digital ocorre desde a globalização. Resta apenas escolher se vamos nos adaptar à realidade ou se permanecemos inertes aos avanços.