Search

O custo de negligenciar a função tributária nos sistemas de gestão empresarial

Foto: divulgação.

Por Karen Semeone, gerente tributária da Systax.

O uso de sistemas de gestão no meio empresarial tem crescido exponencialmente nos últimos anos, acompanhando um fenômeno de transformação digital que continua a render mudanças importantes, a nível operacional e também estratégico. Hoje, se analisarmos os métodos mais promissores para a organização e a condução de processos, sem dúvidas, a tecnologia surgirá como um elemento em comum.

De acordo com um estudo elaborado pela FGV EAESP, em 2023, cerca de 90% das grandes e médias empresas declaram possuir algum tipo de sistema integrado de gestão. São números que traduzem a consolidação de ferramentas cada vez mais efetivas em assumir etapas operacionais e conceder um novo ritmo de produção para a realidade de milhares de empresas.

Frente a tantas contribuições, que justificam uma atenção especial sobre o tema, é fundamental ressaltar um aspecto crítico para o fluxo de informações e sua relação com o software adotado. Entre funcionalidades relevantes, como ficam os parâmetros tributários? Tão necessário quanto potencializar os índices de desempenho, é ter a certeza de que todas as atividades estão sendo realizadas seguindo pilares de conformidade e harmonia fiscal. Os sistemas de gestão não estão isentos desta e outras demandas de origem tributária.

Riscos, falta de controle e um cenário de incertezas econômicas

Uma boa plataforma de gestão é capaz de suprir exigências internas, reformular operações e garantir um cotidiano de mais segurança, eficiência e produtividade. Isso posto, mesmo com esses benefícios, sem a integração de um sistema voltado para a esfera tributária, aumentam-se as chances de a empresa avançar em uma vertente e andar para trás em outra. A área fiscal não permite erros, e as consequências de uma governança desatualizada em termos tributários podem ser irreversíveis.

Dada à complexidade que rege o espaço tributário no país, erros e omissões podem culminar em autuações fiscais, multas e litígios com autoridades responsáveis. Esse estado de não conformidade abre portas para reflexos nocivos à integridade e a própria austeridade financeira da empresa. Dificulta, ainda, a entrega correta de obrigações fiscais, bem como o pagamento adequado de todos os impostos, respeitando prazos e qualquer mudança realizada quanto a datas e excepcionalidades. 

Cria-se, então, um cenário de incertezas sobre a situação fiscal do contribuinte. Além de problemas diretos, a exemplo dos citados anteriormente, efeitos indiretos, como os danos à reputação da empresa, geram impactos financeiros significativos. Parceiros, investidores e clientes estarão à deriva de um relacionamento passível de prejuízos fiscais.

O que se ganha ao atribuir inteligência fiscal à gestão?

Com todo esse contexto estabelecido, não seria nenhum absurdo classificar a inteligência fiscal como um elemento decisivo para a execução de um sistema de gestão empresarial. Portanto, entendo ser imperativo contar com serviços tributários que forneçam um suporte abrangente sobre o software implementado, passando por soluções consultivas e ferramentas de parametrização que possibilitem um acompanhamento 100% atualizado sobre todas as informações, operando, de modo contundente, com regras e alíquotas corretas.

Concluindo o artigo, o custo de se negligenciar a função tributária em sistemas de gestão serve de alerta para que gestores visualizem a automatização de processos como uma oportunidade para incluir o departamento fiscal nesse momento de reformulação, por razões que vão de encontro à construção de um ambiente empresarial receptivo a decisões assertivas e implacável com a ocorrência de erros.

Compartilhe

Tudo sobre economia, negócios, inovação, carreiras e ESG em Santa Catarina.

Leia também