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Como gerar paixão no ambiente de trabalho?

Foto: divulgação.

Por Camila Paiva, diretora de gente e gestão da Pontaltech.

Você é apaixonado pelo seu trabalho? Para muitos, essa pergunta pode ser um pouco complexa de ser respondida. Afinal, como é possível medir essa paixão pela empresa? E mais: por que é importante descobrir isso? Por muitos motivos! Ser apaixonado pelo que se faz é extremamente importante para o crescimento profissional – e, claro, para que a companhia atinja resultados cada vez melhores. Esse é um estado emocional que vai além da famosa felicidade no trabalho, e que, quando realmente sentida, trará ganhos importantes para ambos os lados.

Sendo mais técnico nestes conceitos, a felicidade corporativa diz respeito a estados emocionais e atitudes positivas que trazem satisfação e motivação para que a pessoa faça seu trabalho. Há um forte senso de contentamento em suas funções, fazendo com que trabalhe com mais alegria, entusiasmo e, consequentemente, seja mais produtivo em seu dia a dia.

Já a paixão pelo negócio, por sua vez, expande essa teoria. É uma sensação muito mais intensa de dedicação e interesse por suas responsabilidades, estando profundamente envolvido e motivado a superar desafios e conquistar a excelência em sua área. Ela está relacionada a encontrar significado e propósito nas atividades desempenhadas, tendo conexão emocional intensa e se identificando com a cultura da empresa.

Quando permeada verdadeiramente, times apaixonados pelo que fazem atingem resultados muito melhores, estimulados a crescer cada vez mais e contribuir para o sucesso do negócio. A satisfação interna é visivelmente percebida, o que também contribui para uma redução de turnover e maior retenção dos talentos – até mesmo, em vista de novas propostas. Afinal, quando estão realmente felizes na empresa, pensarão muito antes de aceitar uma nova vaga em um local em que não conhecem e não tem certeza de terem o mesmo senso de pertencimento.

Isso foi comprovado, inclusive, em uma pesquisa realizada pelo Center for Positive Organizational Scholarship, da Universidade da Califórnia. Os dados divulgados demonstram que profissionais felizes são, em média, 31% mais produtivos, três vezes mais criativos, apresentam um desempenho 27% maior do que seus colegas, 125% menos esgotamento e 32% mais comprometimento. Insights realmente valiosos, mas que ainda enfrentam certos desafios em serem conquistados.

Garantir que as equipes estejam apaixonadas nas empresas depende de diversos fatores em conjunto, através da criação de um ambiente saudável, oferta de um salário adequado, construção de um plano de carreira atrativo e estimulante, e uma comunicação completamente transparente com os membros.

Será dever da companhia criar um local encorajador a seus times para que sejam quem realmente são, sem qualquer tipo de restrição ou discriminação. O ambiente de trabalho deve ser acolhedor, estimulando que todos compartilhem sempre suas ideias de melhorias e tenham liberdade para testá-las. Caso contrário, qualquer atitude repressora ou condenadora, apenas irá reprimir essa proatividade e barrar a vinda de ideias inovadoras e criativas que alavanquem a marca em seu segmento.

Em uma pesquisa feita pela Pulses, por exemplo, 54% dos colaboradores acreditam que sofrerão represálias caso cometam alguma falha na empresa. Esse é um típico comportamento prejudicial a qualquer negócio – afinal, se os próprios times não se sentem à vontade para testarem suas sugestões, não há como se tornarem apaixonados pelo local onde estão.

Todos esses itens positivos precisam ser reforçados desde o processo de recrutamento, comunicando esses valores aos candidatos e buscando por aquele que esteja mais alinhado possível – tanto em questão de perfil quanto tecnicamente – a esses pontos. Ainda, devem ser mantidos periodicamente em todos os membros da empresa, através de práticas como pesquisas de satisfação que colham suas impressões sobre a marca, se mantiveram suas opiniões desde o processo seletivo, e o que podem melhorar para criar um local de trabalho acolhedor e satisfatório para todos.

Por mais que a paixão no trabalho seja algo completamente individual e subjetivo, é extremamente importante sempre colher estes dados internamente e levá-los aos altos cargos, buscando por estratégias que engajem seus times constantemente. Uma responsabilidade que, mesmo sendo normalmente desempenhada pelo departamento de recursos humanos e dos gestores, também deverá ser buscada pelos próprios profissionais, descobrindo o que os motiva e sempre comunicando suas impressões sobre o que está sendo feito na prática.

Ouvir seus times será a peça-chave para construir este sentimento internamente. Peça feedbacks sobre os pontos positivos e negativos de como essa cultura está sendo transmitida e implementada, e tenha práticas de iniciativa a essa meta. Assim, a construção de talentos realmente apaixonados pelo que fazem e pelo negócio será a combinação perfeita para um futuro promissor.

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