Por Fernanda Cunha, sócia e CEO da Kipiai.
A disseminação da Inteligência Artificial, com o uso de algoritmos de otimização pelas plataformas de mídia como o Google e a Meta, sem dúvida vem impactando positivamente o mercado de Marketing Digital, que agora comemora a difusão das ferramentas de ChatGPT como algo que coloca a IA em um novo patamar e pode impulsionar ainda mais o setor. Com isso, é natural que as empresas de Marketing Digital se voltem cada vez mais para as soluções baseadas na tecnologia, deixando muitas vezes de valorizar o olhar estratégico e a curadoria humana.
Este é o momento, então, de questionarmos o quão importante ainda é a visão humana em um mercado que, a cada inovação tecnológica que surge, pende mais para o lado da Inteligência Artificial.
Embora a tendência seja imaginar que, com a sofisticação dos algoritmos de otimização das plataformas de mídia, o lado humano fica cada vez menos necessário, é preciso levar em consideração um ponto crítico e fundamental: as soluções utilizadas hoje pelas plataformas de mídia digital não trazem uma personalização. São soluções ‘massificadas’ e por isso não atendem às necessidades específicas ou particularidades de cada usuário, servindo a cada anunciante dentro de um contexto geral.
O fato é que, pelo menos por enquanto, estamos nos valendo de ferramentas que, sem o olhar humano, ainda não são capazes de evidenciar os diferenciais que importam para cada anunciante. Campanhas que fazem uso de inventário de produto, por exemplo, são programadas para gerar rentabilidade através da impressão de itens com alto ticket e taxa de conversão. Nesse sentido, os algoritmos não levam em conta questões determinantes para as empresas, como a margem dos produtos ou sua relevância estratégica.
Dessa forma, ao buscar otimizar suas campanhas deixando as ferramentas de Inteligência Artificial agirem sozinhas, as empresas correm o risco de não alcançarem o objetivo desejado quando se considera um espectro mais amplo do que apenas o retorno sobre investimento de mídia (ROAS).
Para evitar que isso ocorra, é fundamental ter a visão humana estratégica atrelada a esses algoritmos de otimização, de forma a conseguir casar os objetivos e expectativas da empresa com o que a IA pode oferecer dentro das plataformas de mídia. Só assim o investimento feito pela empresa em Marketing Digital trará os melhores resultados.
Em meio à corrida em busca de usufruir dos benefícios que a Inteligência Artificial pode trazer, é preciso ter em mente: o uso dessa tecnologia não supera nem substitui a inteligência e a curadoria humanas. Ela pode, isso sim, potencializar a nossa capacidade. E, pelo menos por enquanto, é assim que o mercado de Marketing Digital deve encarar o avanço da IA.
