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Novo perfil: quais os critérios para investir em uma startup? 

Foto: divulgação.
Foto: divulgação.

Por Amure Pinho, fundador do Investidores.vc.

O mundo passa por profundas transformações e o ecossistema de inovação também sofre seus impactos. Com a necessidade de captar investimentos versus o cenário macroeconômico, com inflação e juros altos que tiraram a liquidez do mercado, pode parecer que tornou ainda mais difícil a vida das startups. Mas, a brusca queda do dinheiro vem, na verdade, forçando os dois lados a adotarem novos fundamentos em suas negociações.

A escassez de capital faz com que as startups tenham a necessidade, desde o princípio, de ter um plano para ter as contas em dia, sem contar com aportes para continuar crescendo. Além disso, o negócio precisa ter o produto certo para o mercado e os parâmetros passaram a importar mais na decisão dos fundos de investimentos. Contudo, o dinheiro está sendo distribuído de forma mais conservadora. Segundo dados do Distrito, as startups receberam US$ 4,46 bilhões de aportes no ano passado, menos da metade do que foi levantado em 2021. 

Agora, os negócios que estão sendo mais atraentes são aqueles que mostram saúde financeira desde o início, com clareza sobre suas fontes de receita e uma estrutura corporativa sólida. Assim, as startups demonstram como podem se consolidar e evitar perder dinheiro. O crescimento acelerado de qualquer maneira e a todo custo não é mais bem visto como antes. Esse tipo de empresa ganhava investimento porque as pessoas acreditavam que a liderança de mercado viria e, com isso, otimizariam as finanças. Hoje em dia não é mais assim, os investidores buscam essa saúde financeira desde o princípio.

O que também mudou foi o tempo de negociação no novo contexto econômico. As startups precisam provar para si mesmas que fizeram um bom trabalho, entendem quem são os clientes, têm um estruturado modelo de negócio e boas margens. Essas sim, vão continuar tendo uma jornada de crescimento relevante. Trata-se, portanto, de um momento de ajuste no mercado.

Esse aumento do tempo para avaliar a possibilidade de fazer investimentos e tornar-se um parceiro de negócios nas startups é positivo para todas as partes envolvidas. A cautela maior não necessariamente significa que o dinheiro tenha sumido do mercado, afinal, ainda existe capital a ser investido em companhias que provem o seu valor. As startups agora precisam atuar com foco em minimizar erros que podem custar caro para a operação. 

Uma dica é que as startups estão focadas em operar no modelo B2B, ou seja, na venda de produtos e serviços para outras empresas e não para o consumidor final. Embora os unicórnios brasileiros possam dar a impressão de que o mercado do país é B2C, mais de 76% das startups brasileiras estão focadas em atender outras empresas, segundo pesquisa feita pela ACE. Portanto, há aqui um cenário de oportunidades para quem pensa no B2B. E além disso, modelos de venda recorrentes, que garantem uma maior previsibilidade no caixa. 

De forma geral, o crescimento mais lento pode ser uma solução para as companhias que começarem a operar com uma estratégia de negócio bem definida. Isso porque esse novo movimento possibilita que as startups criem estratégias mais sustentáveis e sólidas a longo prazo. No final das contas, o que importa são ações bem pensadas e não, necessariamente, altos investimentos e velocidade. Pense nisso!

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