Acessar produtos financeiros e capital é ainda um desafio para quem empreende. Isso porque, apesar das altas cifras que os negócios sustentam, a liquidez dos fundadores costuma ser baixa.
Para atender a falta de diversificação, liquidez e planejamento financeiro por parte dos empreendedores que pode, em momentos cruciais, tirar o foco do negócio, ou ainda gerar a venda precoce de companhias de alto potencial, é que surge a Beacon Founders.
Fundada no ano passado por Ricardo Duarte, que atuou na Provence Capital, e Igor Piquet, que fundou o Endeavor Scale-Up Ventures, onde hoje é conselheiro, a fintech atua no mercado de wealth management e é a primeira da América Latina a criar um equity pool.
Nele estão reunidas mais de 35 empresas participantes como Warren, Omie, Conta Simples, Kovi, Musa, Sami, em diferentes estágios de maturidade, trazendo cerca de 100 empreendedores para integrarem a solução.
O equity pool é similar a um fundo de investimento em que os próprios empreendedores oferecem um pequeno pedaço das ações que detém em suas startups, sem precisar se descapitalizar. Assim, eles se tornam sócios de outras empresas de tecnologia de alto nível, diversificam e compartilham o risco das suas jornadas.
“Operamos uma ‘sociedade secreta de fundadores’ em 2022, apenas com convidados. Em pouco tempo construímos uma comunidade única, que colocou juntos tech founders com muita experiência, que não só diluem os riscos de seus ativos, como se conectam de forma direta e genuína pela sociedade mútua de seus negócios“, reforça Igor.
Todo o modelo foi construído de forma inédita na América Latina, ancorado e sustentado por uma robusta estrutura financeira, a partir dos aportes da SaaSholic e dos investidores anjo no negócio, além de respaldo de diversas assessorias jurídicas com atuação multinacional, como Foley & Lardner e BZCP.
Os benefícios que a participação oferece aos fundadores têm sido bem vistos pelos gestores de venture capital no Brasil.
“A Beacon e o equity pool nasceram como um complemento natural e positivo ao ecossistema de startups e de investidores. Os fundadores que estiverem melhores assistidos com relação ao seu patrimônio pessoal terão melhores condições de construir companhias de alto potencial e incrementam as chances de terem saídas de grande relevância“, destaca Edson Rigonatti, sócio da Astella, uma das gestoras mais reconhecidas do ecossistema brasileiro.
Na avaliação de gestores parceiros da Beacon, o equity pool contribui para evitar um dos principais problemas que encontram em alguns empreendedores de seus portfólios: a pressa que acabam tendo de vender logo o ativo, promovendo múltiplos menores que os esperados.
Enquanto as gestoras estão diversificadas em múltiplas apostas, o empreendedor e sua família têm toda sua riqueza concentrada em apenas um ativo – as ações de sua startup, num prazo para saída no geral muito longo.
“O empreendedor de tecnologia no Brasil está muito mais exposto ao risco pelas condições e desafios de desenvolver negócios no país, sobretudo pelas condições fiscais, tributárias e de acesso a capital, além da própria maturidade do ambiente de negócios e de saídas. Ter uma vida completamente concentrada e ilíquida nessa jornada leva a uma não otimização dos resultados para todo ecossistema“, destaca Ricardo.
A maior dor dos empreendedores no país está na liquidez dos ativos, e dos instrumentos disponíveis para o fundador ter acesso a capital.
Segundo equity pool
Neste segundo semestre, a Beacon irá lançar mais um equity pool. O objetivo dessa vez é alcançar, no total, R$ 150 milhões sob gestão da wealthtech, dobrando a quantidade de fundadores clientes da startup para mais de 200 pessoas físicas.
As alavancas de crescimento, apostam os cofundadores da Beacon, estão no próprio reaquecimento do venture capital brasileiro, principalmente em negócios early stage e na força da comunidade que tem forte apelo para indicar os melhores fundadores da região para o equity pool.
Na América Latina, estima-se que US$ 4 bilhões por ano serão investidos nas startups iniciantes, sendo que a maior parte do valor estará concentrado no Brasil.
“Queremos ser a opção preferencial dos fundadores que desejam construir negócios memoráveis e que precisem na suas jornadas garantir um equilíbrio de risco e retorno pessoal para seguir construindo as avenidas de crescimento de seus negócios. Seremos a versão 2.0 da indústria de wealth management, agregando tecnologia e personalização da oferta para as necessidades específicas de tech founders“, reforça Ricardo.
Atualmente, o modelo de negócio da Beacon é sustentado pela oferta dos serviços de planejamento patrimonial. Além disso, no equity pool, os empreendedores pagam uma taxa de gestão pelos valores gerenciados, com uma taxa de performance que o produto obter.
A startup já tem sido procurada por parceiros para conectar a comunidade de clientes a produtos complementares voltados às pessoas físicas, como cartões de crédito, seguros, curadoria de investimentos, entre outros.