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Startup, os paradigmas de uma empresa de alto crescimento

Foto: divulgação.
Foto: divulgação.

Por Bianca Junqueira, co-fundadora e CEO da Portão 3.

Há ainda muitos mitos envolvendo o exato entendimento do que seja uma startup. E o maior deles é, justamente, se pautar pela expressão em inglês para definir esse modelo de empresa. Apesar de ‘startup’ significar algo como ‘pontapé inicial’, as empresas que se encaixam nessa denominação não são, necessariamente, novas no mercado, ou recém-criadas. Também não é necessário que a empresa trabalhe com tecnologia, nem que seja capitalizada por investimento de risco, para se enquadrar no conceito de startup.

Mas, então, qual a melhor forma de definir esse modelo de negócio? É fato que uma startup está fortemente associada ao conceito de ‘growth’, que quer dizer ‘crescimento’. Então, nesse sentido, pode-se afirmar que uma startup é uma empresa projetada não apenas para crescer – pois isso é intrínseco a qualquer negócio -, mas para crescer rapidamente, de forma acelerada.

Fazer isso acontecer exige alguns paradigmas, a começar pelo perfil do empreendedor. Todo bom empresário trabalha pensando em criar um produto ou serviço que atenda às necessidades do seu público-alvo. No caso dos fundadores de startups, é necessário ir além: eles precisam, fundamentalmente, ser apaixonados por resolver problemas e criam seus negócios sonhando em apresentar soluções para ‘dores’ urgentes ou crescentes que afetam pessoas ou segmentos de mercado.

Para eles, o ‘X’ da questão, aquilo que vai definir a viabilidade ou não da ideia de negócio, é trabalhar a partir de um problema que tenha projeção em escala – que muitos tenham, ou que se vislumbre que terão num futuro próximo. Dessa forma, fica mais fácil monetizar o crescimento.

Se você é apaixonado por resolver problemas e já identificou uma ‘dor’ que deseja solucionar, o próximo passo para atuar de acordo com a mentalidade de uma startup é utilizar o conceito de Mínimo Produto Viável (MVP) para executar a sua ideia. Isso quer dizer iniciar pensando em um produto de execução rápida – o que encurta o ciclo de produção e induz menos ao erro -, e que seja desenvolvido buscando o tempo todo o feedback dos usuários potenciais.

É claro que, com o crescimento do negócio, a tendência é o produto evoluir, até ao ponto de, muitas vezes, tornar-se algo bem diferente da ideia inicial. Mas o importante é entender que – dando aqui apenas um exemplo prático – uma startup não deve projetar, já de início, criar um carro, o que exige muitas etapas e um processo longo no qual, fatalmente, ocorrerão erros. E, sim, começar criando um skate, testá-lo, e ir aprimorando a ideia de acordo com o retorno dos clientes e stakeholders, transformando-a em um patinete, bicicleta, triciclo… Até, finalmente, chegar ao modelo de carro que vai satisfazer seu público.

O ciclo de produção de uma startup enxuta, ao contrário daquele de uma empresa tradicional, opera sempre em loop, no qual a ideia inicial é criada, testada, tem sua análise mensurada e, depois, é reconstruída, acabando apenas quando a empresa tem a oferecer algo realmente inovador e que as pessoas amem. Esse é o ponto de chegada – o goal de toda startup -, quando ela atinge o que chamamos de Product Market Fit (PMF), tendo nas mãos um produto que começa a ‘estourar’ porque muitos querem usar.

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