Por Fernando Nery, co-fundador da Portão 3.
Quando falamos no ecossistema de inovação, que desde 2022 enfrenta altos e baixos, temos em destaque as fintechs, startups que usam a tecnologia para propor soluções financeiras diversas para seus clientes. As fintechs ganham cada vez mais espaço no mercado e, hoje, são ferramentas indispensáveis para o setor de logística, em especial de frotas de veículos, ajudando os gestores a tornar as transações mais transparentes e seguras.
Hoje, a estimativa é que o mercado de transporte rodoviário movimenta mais de R$ 500 bilhões, e o Brasil reúne, como poucos países, inúmeras condições favoráveis para se tornar uma potência em logtechs. Segundo levantamento do Distrito, entre 2011 e 2020, foram investidos US$ 1,3 bilhões em logtechs no Brasil. E a tendência é que o mercado continue cada vez mais forte e atraente.
Neste contexto, podemos atrelar esse potencial de expansão das fintechs dentro desse mercado às soluções digitais apresentadas para um setor tradicional e que necessitava de inovação para se manter ativo e competitivo. Com as ferramentas tecnológicas disponibilizadas pelas fintechs, grandes empresas do setor conseguem realizar transações mais seguras, evitando fraudes e gastos desnecessários.
Para se consolidar neste mercado, as fintechs trouxeram as ferramentas certas para as demandas certas. Entre essas ferramentas, muitas inclusive auxiliadas pela IA (Inteligência Artificial) – cada vez mais usada por startups – é possível ofertar soluções que vão além de simples meios de pagamento, ajudando o time financeiro a entender de ponta a ponta todo o fluxo da empresa, barrar fraudes e riscos financeiros. Para que isso possa ser facilmente compreendido são fornecidos relatórios com insights, fundamentais para o processo de tomada de decisão assertiva.
Entende-se que empresas com grandes volumes de pagamentos e transações muitas vezes enfrentam descentralização dos custos, tendo ferramentas diversas para cada coisa (pedágios, alimentação, combustível e custos com manutenção da frota por exemplo estão entre as principais despesas). E essa descentralização pode resultar em uma visão turva na hora de tomar decisões estratégicas financeiras. Os escritórios financeiros estão tomados por notas fiscais e cupons e por outro lado planilha e mais planilhas. Com um sistema integrado com outras ferramentas fica fácil sair do papel e ir para o digital.
Outro implemento fundamental para o mercado de logística é a possibilidade de interface, ou seja, mostra para o gestor da empresa os roteiros e conecta com os sistemas de roteirização com os de telemetria, conseguindo separar dados e mostrando o que de fato foi consumido e qual o gasto de cada viagem, por exemplo. Isso possibilita acompanhar, de forma clara e fácil, o consumo médio por quilômetro de um veículo da frota e o consumo de cada motorista, bem como gastos do início ao fim do trajeto, por meio de relatórios com análise detalhada.
Além disso, a integração de informações que as fintechs conseguem absorver e analisar, resolve um dos maiores problemas atuais do mercado de logística: as fraudes. Com o gerenciamento de gastos realizado pelas plataformas digitais, é possível rastrear e bloquear despesas que não sejam corporativas – aqueles gastos extras que não foram combinados – evitando que os recursos sejam desperdiçados ou usados para gastos pessoais dos motoristas. Com esse monitoramento ativo, a empresa pode, inclusive, bloquear o cartão corporativo em caso de suspeita de fraude. Estima-se reduzir em até 70% o risco de transações fraudulentas.
Importante observar o quanto as fintechs podem facilitar e, muito, as atividades do mercado de logística, com a oferta de soluções digitais de fácil acesso e manuseio, que garantem a sustentabilidade dos negócios, competitividade, modernização e segurança. Também ajuda e impacta diretamente no crescimento e desenvolvimento das empresas. E, sim, as fintechs e o mercado de logística formam hoje uma parceria muito lucrativa para ambos.
