Desde o início da pandemia, empresas tiveram que se adaptar e criar novos modelos de negócios, com auxílio de novas tecnologias, para manterem suas portas abertas.
Neste ano, inovação continua sendo um grande foco, mas também a necessidade de aprimorar e investir em saúde ocupacional e assistencial, de forma preventiva aos colaboradores e funcionários.
É o que pensam os CEOs de startups e empresários do setor, que separaram as 5 tendências de saúde do trabalho:
1 – Saúde Populacional 4.0
Para 2023, o papel do RH terá uma atuação mais proativa na gestão de colaboradores. Segundo Victor Piana Andrade, Médico e CEO do A.C. Camargo, as empresas precisarão trazer o tema saúde para a agenda estratégica e não apenas a sinistralidade:
“Os responsáveis pela saúde nas empresas precisam se capacitar a gerir mais saúde, mais prevenção, mais coordenação de jornada, ligando estes dados à produtividade da empresa, para ganhar acesso a fóruns no C-level“.
Os CEOs também acreditam que será preciso navegar o colaborador por uma jornada completa de cuidado, começando desde a sua admissão, no seu primeiro contato com os serviços básicos de saúde ocupacional, até o fim da sua jornada na empresa.
Para Guilherme Salgado, médico e CEO da 3778, é preciso cada vez mais levantar as necessidades de saúde dos colaboradores:
“Isso através da utilização de dados e tecnologia, e direcionamento de forma mais assertiva o paciente para um acompanhamento especializado, reduzindo gastos e burocracia“.
2 – Saúde mais híbrida e digital
Apesar da rápida digitalização que passamos por conta da pandemia, o uso da saúde digital vem caindo nos últimos meses em função da pós-pandemia e da diminuição dos impactos gerados pela doença. Assim, este será um ano de grandes avanços nesta integração, a fim de encontrar o ponto de equilíbrio.
Um dos grandes desafios para as empresas é entender qual o melhor cenário para o ecossistema de saúde do seu profissional.
“Será preciso fazer com que os ambulatórios corporativos atuem além das barreiras físicas da empresa, conectando os colaboradores pelo celular, estendendo os serviços para seus familiares, gerando economia, reduzindo absenteísmo e afastamento dos colaboradores, com o menor impacto possível para empresa e operadoras de saúde“, comenta Guilherme Salgado.
Para Fernando Cembranelli, médico e CEO da Health Innova HUB – HIHUB, em termos de área da saúde, a gente começa a ver muito investimento em saúde mental, oncologia, cardiologia, diabetes, ou seja, muitos investimentos voltados para as terapias digitais em saúde:
“Essas soluções digitais atuam como coadjuvantes em tratamentos convencionais ou como, de fato em alguns casos, a própria terapia digital sendo um pivô para fazer gestão da saúde, em todos os mercados“.
3 – Integração de dados
Uma das maiores otimizações médicas que a tecnologia tem investido é a integração de dados dos pacientes e colaboradores com empresas e instituições de saúde. Esse investimento deve crescer ainda mais nos próximos meses.
“As empresas vão ter que ampliar esses programas de forma mais assertiva e competente, em maior escala e definitivamente integrando as informações de saúde de todas as plataformas e prestadores por onde transitam as informações de cada colaborador. Assim, estas ações permitirão a predição de eventos mais graves de saúde e motivaram as ações de promoção e prevenção“, defende Fernando Torelly, superintendente corporativo do Hcor.
Com vários sistemas e organizações trabalhando os dados, até com auxílio de Inteligência Artificial, os atendimentos físicos, de saúde ou das empresas em geral, é possível mapear e acompanhar os processos clínicos do paciente.
4 – Saúde mental
A identificação prévia e uma gestão eficiente de doenças psicológicas devem estar entre os principais indicadores estratégicos das empresas em 2023.
“É preciso entender o indivíduo e seu contexto social – não só o período em que o colaborador está na empresa. A produtividade do profissional depende também do ambiente em que ele está inserido. Assim, precisamos ajudá-lo a se enxergar nesse cenário e oferecer trilhas de cuidados para melhorar sua condição“, destaca Victor Andrade.
Já para Fernando Cembranelli, a saúde mental do colaborador está totalmente integrada com a Medicina do Trabalho e ações que promovam a gestão de saúde do colaborador e que possam, de alguma forma, afetar sua rotina e produtividade. Ele também reforça o momento, ainda que híbrido, exige uma adoção do RH e de gestores responsáveis por uma saúde populacional eficaz e digital.
5 – Sustentabilidade é saúde
“Vimos surgir várias iniciativas digitais nos últimos anos, principalmente por conta da pandemia e dos avanços tecnológicos, mas poucas têm a visão de sustentabilidade. São poucas as empresas da área da saúde que estão se colocando neste cenário“, comenta Guilherme Salgado.
Para ele, o mercado de saúde não tem dinheiro para ser desperdiçado e, por isso, mostra-se ainda mais necessário que empresas olhem cada vez mais para a eficiência sustentável de suas operações:
“Gerar impacto, não é só juntar o físico com o digital, mas é preciso também integrar os serviços de saúde, transformando em benefício social para as empresas, colaboradores e a sociedade como um todo“, finaliza.