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Você sabe se levantar depois de uma queda?

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Foto: zenzen/AdobeStock

Quem nunca aqui passou por uma demissão, perdeu um projeto, um cliente, fracassou no seu objetivo ou não teve o feedback tão esperado? Seja na vida ou no mundo corporativo isso é mais comum do que muita gente se permite pensar.

Independente de você ser o “buda” da empresa ou aquele que não tem uma inteligência emocional tão avançada, não importa. Quando você cai, dói e, muitas vezes, é difícil levantar. Por isso, o papo hoje aqui é sobre resiliência. Resumindo em miúdos, é o ato de se levantar depois de uma queda.

Quem já fez o curso de Liderança com Ousadia sabe que, se levantar, não é tão simples quanto esse artigo, leva tempo e muito autoconhecimento. Envolve aceitar sua vulnerabilidade, reconhecer as emoções, identificar e encarar a vergonha, ter empatia consigo e com os demais, além de muita generosidade. Enfim, a lista é grande. Essa leitura não vai resolver o problema, mas vai te colocar pra pensar.

Mas vamos voltar para aquele fracasso ou decepção que você já enfrentou. Tente reviver a situação. Você consegue sentir exatamente a sensação que viveu naquele momento? Quais os pensamentos que vieram? Qual foi sua reação? Você mudaria algo?

A primeira coisa que temos que entender é que a vida é permeada por coisas boas (não gosto de rótulos, mas aqui você pode colocar: sucesso, vitória, ganhar etc…) e por coisas não tão boas (perder, fracasso, derrota). O que temos que entender é que por mais que a gente esteja numa “maré boa”, isso não vai se perpetuar para sempre. Uma hora você vai cair, ou pelo menos tropeçar, e isso é maravilhoso.

Oi? Como assim? Então, perder o emprego é uma coisa boa? Não é agradável, lógico, principalmente quando a gente não espera e precisa daquele emprego. Mas o que seria da sua evolução se você não aprendesse as lições que resultam desses momentos ruins? O fracasso é o nosso melhor professor. Ele dói, mas se você parar e analisar pelo prisma da oportunidade, vai ver que esse revés foi apenas um trampolim para algo maior. 

Não é utopia e eu não sou Polyana. Vamos lá, analisa comigo. Você fechou um grande negócio, que te daria tranquilidade financeira por um bom tempo. Antes mesmo do contrato ser assinado, já começou a fazer planejamento, análises e outras coisas necessárias para colocar o projeto para funcionar. Duas semanas depois, o cliente desiste do negócio. Quais os sentimentos que brotariam em você? Decepção, raiva, frustração, medo e por aí vai. Na mesma hora, aquela bola de fogo emocional que está no seu estômago, sobe para boca e você esbraveja com o ex-futuro-cliente. Como você acha que será o desfecho dessa história?

Agora vamos olhar por um outro ângulo o mesmo cenário. Os sentimentos que brotam são os mesmos. Você fica triste, cabisbaixo, se sentindo péssimo e  achando que o mundo acabou. Esquece dos outros clientes, das outras entregas e desestrutura toda a sua semana de trabalho. Concorda comigo que o fim dessa história ainda vai ser ruim?

Agora, de novo, o cliente desiste e você se vê naquele mesmo turbilhão de sentimentos. Mas, ao invés dos exemplos anteriores, fica chateado num primeiro momento, respira e revisita tudo o que aconteceu. Você percebe que não deveria ter começado a trabalhar sem ter o contrato assinado antes. Tem uma conversa franca com o cliente para entender se aquelas duas últimas semanas de trabalho foram um ato de má fé do cliente ou se realmente algo deu errado e ele não pode fechar o negócio. Você revê todo o seu planejamento estratégico (profissional e da empresa) para saber o quanto a não entrada desse projeto pode impactar o futuro. Você traça estratégias para buscar novos clientes e, enquanto isso, corta custos e/ou reduz despesas.

Quais dessas cenas traz o melhor resultado?

Antes que você me jogue na cara um “falar é fácil”, essa história pode ter várias nuances e vários desdobramentos, mas uma coisa é certa – esbravejar com cliente ou ficar chorando no canto da sala não vai resolver o problema e nem fazer você se levantar, melhorar processos e trazer resultados futuros.

Todo viés, problema, fracasso pode trazer uma oportunidade. Você pode não ver em um primeiro momento, mas se você começar a treinar para entender suas emoções, dominar os impulsos e enxergar qual o melhor caminho a seguir, te garanto, você vai se surpreender com os resultados.

Dito isso, também é preciso entender que somos seres humanos e que a perfeição não existe. Se fosse assim o Will Smith não tinha dado aquele tapa no Chris Rock, e olha que o cara passeia pelos caminhos da inteligência emocional. Mesmo assim, a emoção o dominou quando tocaram em um assunto sensível para ele. Julgamentos à parte. Tenho certeza que ele aprendeu muito com todo o episódio e vai aprender muito mais.

A questão é: quanto mais você tropeçar, mais você vai prestar atenção no caminho, quanto mais vocês cair, mais casquinha aquele machucado vai criar e mais resistente você vai ficar, quanto mais treinar, mais força você vai ganhar. Tudo passa por entender os seus mecanismos, emoções e ter atenção plena para absorver tudo o que a vida e a situação tem pra te ensinar.

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Mentora de liderança com ousadia

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