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Foto: zenzen/AdobeStock

Você sabe se levantar depois de uma queda?

Samantha Leal

Samantha Leal

Mentora de liderança com ousadia

Quem nunca aqui passou por uma demissão, perdeu um projeto, um cliente, fracassou no seu objetivo ou não teve o feedback tão esperado? Seja na vida ou no mundo corporativo isso é mais comum do que muita gente se permite pensar.

Independente de você ser o “buda” da empresa ou aquele que não tem uma inteligência emocional tão avançada, não importa. Quando você cai, dói e, muitas vezes, é difícil levantar. Por isso, o papo hoje aqui é sobre resiliência. Resumindo em miúdos, é o ato de se levantar depois de uma queda.

Quem já fez o curso de Liderança com Ousadia sabe que, se levantar, não é tão simples quanto esse artigo, leva tempo e muito autoconhecimento. Envolve aceitar sua vulnerabilidade, reconhecer as emoções, identificar e encarar a vergonha, ter empatia consigo e com os demais, além de muita generosidade. Enfim, a lista é grande. Essa leitura não vai resolver o problema, mas vai te colocar pra pensar.

Mas vamos voltar para aquele fracasso ou decepção que você já enfrentou. Tente reviver a situação. Você consegue sentir exatamente a sensação que viveu naquele momento? Quais os pensamentos que vieram? Qual foi sua reação? Você mudaria algo?

A primeira coisa que temos que entender é que a vida é permeada por coisas boas (não gosto de rótulos, mas aqui você pode colocar: sucesso, vitória, ganhar etc…) e por coisas não tão boas (perder, fracasso, derrota). O que temos que entender é que por mais que a gente esteja numa “maré boa”, isso não vai se perpetuar para sempre. Uma hora você vai cair, ou pelo menos tropeçar, e isso é maravilhoso.

Oi? Como assim? Então, perder o emprego é uma coisa boa? Não é agradável, lógico, principalmente quando a gente não espera e precisa daquele emprego. Mas o que seria da sua evolução se você não aprendesse as lições que resultam desses momentos ruins? O fracasso é o nosso melhor professor. Ele dói, mas se você parar e analisar pelo prisma da oportunidade, vai ver que esse revés foi apenas um trampolim para algo maior. 

Não é utopia e eu não sou Polyana. Vamos lá, analisa comigo. Você fechou um grande negócio, que te daria tranquilidade financeira por um bom tempo. Antes mesmo do contrato ser assinado, já começou a fazer planejamento, análises e outras coisas necessárias para colocar o projeto para funcionar. Duas semanas depois, o cliente desiste do negócio. Quais os sentimentos que brotariam em você? Decepção, raiva, frustração, medo e por aí vai. Na mesma hora, aquela bola de fogo emocional que está no seu estômago, sobe para boca e você esbraveja com o ex-futuro-cliente. Como você acha que será o desfecho dessa história?

Agora vamos olhar por um outro ângulo o mesmo cenário. Os sentimentos que brotam são os mesmos. Você fica triste, cabisbaixo, se sentindo péssimo e  achando que o mundo acabou. Esquece dos outros clientes, das outras entregas e desestrutura toda a sua semana de trabalho. Concorda comigo que o fim dessa história ainda vai ser ruim?

Agora, de novo, o cliente desiste e você se vê naquele mesmo turbilhão de sentimentos. Mas, ao invés dos exemplos anteriores, fica chateado num primeiro momento, respira e revisita tudo o que aconteceu. Você percebe que não deveria ter começado a trabalhar sem ter o contrato assinado antes. Tem uma conversa franca com o cliente para entender se aquelas duas últimas semanas de trabalho foram um ato de má fé do cliente ou se realmente algo deu errado e ele não pode fechar o negócio. Você revê todo o seu planejamento estratégico (profissional e da empresa) para saber o quanto a não entrada desse projeto pode impactar o futuro. Você traça estratégias para buscar novos clientes e, enquanto isso, corta custos e/ou reduz despesas.

Quais dessas cenas traz o melhor resultado?

Antes que você me jogue na cara um “falar é fácil”, essa história pode ter várias nuances e vários desdobramentos, mas uma coisa é certa – esbravejar com cliente ou ficar chorando no canto da sala não vai resolver o problema e nem fazer você se levantar, melhorar processos e trazer resultados futuros.

Todo viés, problema, fracasso pode trazer uma oportunidade. Você pode não ver em um primeiro momento, mas se você começar a treinar para entender suas emoções, dominar os impulsos e enxergar qual o melhor caminho a seguir, te garanto, você vai se surpreender com os resultados.

Dito isso, também é preciso entender que somos seres humanos e que a perfeição não existe. Se fosse assim o Will Smith não tinha dado aquele tapa no Chris Rock, e olha que o cara passeia pelos caminhos da inteligência emocional. Mesmo assim, a emoção o dominou quando tocaram em um assunto sensível para ele. Julgamentos à parte. Tenho certeza que ele aprendeu muito com todo o episódio e vai aprender muito mais.

A questão é: quanto mais você tropeçar, mais você vai prestar atenção no caminho, quanto mais vocês cair, mais casquinha aquele machucado vai criar e mais resistente você vai ficar, quanto mais treinar, mais força você vai ganhar. Tudo passa por entender os seus mecanismos, emoções e ter atenção plena para absorver tudo o que a vida e a situação tem pra te ensinar.

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